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Economia

Mudança climática começa a afetar equilíbrio econômico de outros países, diz Galípolo

Galípolo lembrou que em 2024, se completam 80 anos do acordo de Bretton Woods, que se propunha a criar uma arquitetura financeira internacional

Redação Jornal de Brasília

09/10/2023 14h05

Foto: Agência Brasil

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, previu nesta segunda-feira, 9, que a mudança climática começa a afetar o equilíbrio econômico dos países e que o Peru deve ser um dos que mais sofrerão com o El Niño devido ao aquecimento de suas águas e da dependência da indústria da pesca. O quadro foi dado, mais cedo, em reunião do Conselho Empresarial de Economia da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), e disponibilizado no período da tarde. Com isso, o país, segundo ele, deve passar problemas em seu balanço de pagamentos.

Galípolo lembrou que em 2024, se completam 80 anos do acordo de Bretton Woods, que se propunha a criar uma arquitetura financeira internacional. O acordo, salientou, visava a resolver a questão do balanço de pagamentos dos países e a relação econômica e de comércio entre as nações. “Talvez seja o caso de revisitar essa agenda à luz da questão ecológica e climática.”

A Argentina também foi mencionada pelo diretor. “Ainda que o país venha acumulando há uma série de anos uma série de problemas, não tem como destacar que, no ano passado, a seca na Argentina – a mesma que também atingiu o Rio Grande do Sul – provocou uma perda de 40% no valor de suas exportações”, ilustrou.

Segundo ele, estão claros os efeitos que as mudanças climáticas começa a ter sobre o equilíbrio econômico de alguns países.

Galípolo descreveu que quando a passou a fazer parte do Comitê de Política Monetária (Copom), em agosto, já havia a preocupação no mercado financeiro sobre os impactos do El Niño, em especial sobre a agricultura.

Na segunda reunião da qual o diretor participou, houve uma mudança na avaliação desses agentes, conforme explicou, porque houve a interpretação de que, para o Brasil, pudesse ser um diferencial, já que passaria a chover mais no país e produtores competitivos de fora teriam impactos mais exacerbados do que os locais.

“Mais ou menos o que aconteceu este ano: o Brasil se beneficiou com o aumento de safra e de preços”, resumiu Galípolo.

A transmissão ao vivo foi cortada após a fala inicial de Galípolo no evento pela manhã. No período da tarde, a Firjan divulgou a íntegra do debate.

Estadão conteúdo

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