O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje aos parlamentares da comissão mista que analisa as mudanças na caderneta de poupança (MP 567/12) que o País pode ter a redução de um ponto percentual em sua taxa de crescimento se a crise europeia se agravar. A estimativa de 4,5%, portanto, cairia para 3,5%.
Isso aconteceria porque o mercado interno encolheria ainda mais. O ministro voltou a criticar a estratégia da Europa de fazer ajustes fiscais em detrimento dos estímulos à economia e afirmou que, se a Grécia sair da Zona do Euro de forma abrupta, poderá ocorrer uma crise bancária na região.
Mantega afirmou ainda que o governo acelerou os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), executando quase 50% mais do que o mesmo período do ano passado.
Sobre a poupança, o ministro reafirmou que as mudanças se devem à necessidade de remover quaisquer obstáculos à queda dos juros básicos da economia. Como a poupança não estava vinculada a essa taxa, ela estava se tornando mais atrativa que os fundos de renda fixa.
A MP vincula a rentabilidade da aplicação à flutuação da taxa básica de juros da economia, a taxa Selic. A mudança busca manter o interesse dos grandes investidores sobre os fundos de renda fixa, já que a queda dos juros vai tornar a poupança uma aplicação mais lucrativa. Manter a rentabilidade dos fundos é importante para o Executivo porque os fundos investem nos títulos da dívida pública e ajudam a financiar as contas do governo.
A reunião está sendo realizada na sala 19 da ala Senador Alexandre Costa, no Senado.