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Economia

Lula diz que Brasil ‘não precisa de inteligência artificial’, mas terá plano próprio para a tecnologia

De acordo com o presidente, a elaboração do plano está a cargo do Ministério da Ciência e Tecnologia, comandado por Luciana Santos

Redação Jornal de Brasília

05/04/2024 11h30

Foto: Evaristo Sá/ AFP

JOSÉ MATHEUS SANTOS
GOIANA, PE (FOLHAPRESS)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (04), que o governo vai lançar em junho um plano nacional de uso da inteligência artificial. Ele também disse que o Brasil não precisa da tecnologia.

De acordo com o presidente, a elaboração do plano está a cargo do Ministério da Ciência e Tecnologia, comandado por Luciana Santos.

“Todo país do mundo pode precisar de inteligência artificial. Agora um país que tem um povo da qualidade do povo brasileiro, um povo que é capaz de contar piada da pior desgraça, que sofre com futebol, Carnaval, com a fome, esse povo que consegue sobreviver ganhando muitas vezes um salário mínimo, não precisa de inteligência artificial porque é suficientemente inteligente para dar a resposta que nós precisamos”, afirmou.

“O Brasil não tem que ficar esperando ajuda dos Estados Unidos, da Rússia, da China, da Alemanha ou do Japão, ou a gente [vai] ficar vendo eles se desenvolverem mais do que nós na questão da inteligência artificial”, acrescentou.

Lula também disse que conversou, em um evento, com cientistas e pesquisadores e lançou o desafio para os profissionais fazerem um plano brasileiro de inteligência artificial.

“Eu disse à ministra Luciana [Santos] e aos pesquisadores e cientistas que estavam lá: ‘Vamos criar vergonha’. Vamos ter uma conferência nacional de ciência e tecnologia em junho e até lá vocês estão desafiados a apresentar um projeto brasileiro de inteligência artificial para a gente não ter que copiar de outro país as coisas importantes de que precisamos”, acrescentou.

A fala foi proferida durante agenda do presidente em Goiana, na zona da mata de Pernambuco, na inauguração da primeira unidade fabril de produção nacional do medicamento fator VIII recombinante, no Complexo Industrial da Hemobrás.

De acordo com o governo federal, a nova fábrica abastecerá 100% da demanda do SUS pelo medicamento fator VIII recombinante, eliminando a dependência externa. A capacidade produtiva é de 1,2 bilhão de unidades internacionais de fator VIII por ano. O governo quer concluir a implantação da fábrica de hemoderivados e iniciar a sua operação até 2026. A previsão é de que 2 mil empregos sejam gerados.

Essa foi a segunda de três agendas de Lula em Pernambuco, sua terra natal, na quinta (4). Pela manhã, ele participou da inauguração da estação elevatória de água bruta da Adutora do Agreste, em Arcoverde, no sertão. À noite, Lula esteve no Recife para evento de sanção do Sistema Nacional de Cultura.

Em Goiana, o presidente estava acompanhado da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), e de ministros, como Nísia Trindade, da Saúde, e Luciana Santos, da Ciência e Tecnologia.

Lula cumpriu agenda em Pernambuco, inclusive nesta sexta (05), em um momento em que o PT busca a indicação de um nome para a vice na chapa do prefeito do Recife, João Campos (PSB), que vai disputar a reeleição. Há resistência em alas do PSB em apoiar uma indicação de um integrante petista para a vice, já que João Campos poderá ser candidato a governador contra Raquel Lyra nas eleições de 2026.

Por outro lado, a governadora Raquel Lyra tem ampliado os acenos ao governo federal. Segundo aliados, não está descartado um eventual apoio da gestora à reeleição de Lula em 2026. Há ainda chances de Raquel mudar de partido para as próximas eleições, para ir a um partido da base de Lula – os mais cotados são PSD e MDB.

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