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Economia

Justiça aprova plano de recuperação de dona da cerveja Itaipava

O Grupo Petrópolis pediu recuperação judicial em março, quando declarou ter cerca de R$ 4,2 bilhões em dívidas em aberto

Redação Jornal de Brasília

24/10/2023 21h44

Reprodução

FERNANDA BRIGATTI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A Justiça do Rio de Janeiro homologou nesta terça (24) o plano de recuperação judicial do Grupo Petrópolis, dono de marcas de cerveja como Itaipava, Petra e Cacildis, que prevê o pagamento de 5.000 credores até 2035.

A maioria dos que têm valores a receber de empresas do grupo aprovou o plano da Petrópolis em uma assembleia realizada em 11 de setembro deste ano.

A juíza Elisabete Franco Longobardi, substituta na 5ª vara empresarial da comarca da capital do Rio, considerou que a aprovação do plano pelos credores foi “objeto de extenso debate” durante a assembleia, que evoluiu “para um consenso quanto à razoabilidade” de suas disposições.

O Grupo Petrópolis pediu recuperação judicial em março, quando declarou ter cerca de R$ 4,2 bilhões em dívidas em aberto, que se dividiam entre operações financeiras e de mercado de capitais e com fornecedores.

Além da Itaipava, o grupo fabrica e distribui as cervejas Petra, Cabaré , Black Princess, Crystal, Lokal, Weltenburger, Brassaria Ampolis (com os rótulos Cacildis, Biritis, Ditriguis e Forevis). O portfólio inclui também as vodcas Blue Spirit Ice, Nordka e Cabaré Ice, os energéticos TNT Energy Drink e Magneto, o refrigerante It!, o isotônico TNT Sports Drink e a água Petra.

O grupo foi representado na Justiça pelo escritório Salomão, Kaiuca, Abrahão, Raposo e Cotta Advogados, que também atua na recuperação judicial da Americanas.

Os donos da Petrópolis disseram, no pedido de recuperação, que sua crise de liquidez era momentânea e ligada ao que chamou de “tempestade perfeita”, com a queda em vendas e receitas sendo acompanhada pelo aumento da taxa básica de juros, a Selic.

Em nota, o grupo disse que a homologação do plano permitirá a retomada da capacidade de investimentos em fábricas para possibilitar o aumento da produção e a manutenção dos postos de trabalho.

“Com a retomada da capacidade de investir, o grupo terá as condições necessárias para atender à demanda durante o verão, um dos momentos mais importantes para o setor de bebidas, especialmente o de cerveja”, disse a companhia.

O QUE DIZIA O PLANO APROVADO

No documento que embasou o plano de recuperação, os controladores afirmam que a proposta tem o objetivo de manter os mais de 24 mil empregos diretos e cem empregos indiretos, além de pagamento de tributos aos cofres públicos e geração de energia limpa e renovável.

O plano de pagamento envolve a quitação de dívidas até 2035, dependendo do tipo de credor, que podem ser parceladas em até 84 vezes.

Como garantia para conseguir recursos, o grupo afirma que pretende alienar um lote contendo 2.926 caminhões integrantes de sua frota, além de alugar 2.392 caminhões, sendo 534 veículos novos e o restante integrante da frota alienada.

Entre os cerca de 5.000 credores estão trabalhadores, empresas fornecedoras, bancos e demais empresas de crédito, além de pequenos e micro parceiros.

O pagamento das dívidas trabalhistas, que são prioritárias, poderá ser feito em até 30 dias após a homologação do plano pela Justiça, para valores de até R$ 6.600. Não haverá deságio sobre os créditos trabalhistas até o limite de 150 salários mínimos, o que dá R$ 198 mil.

Quem tem direito de receber acima de R$ 6.600 até 150 salários terá os valores pagos em 11 vezes, em parcelas mensais consecutivas, a partir de 60 dias após a homologação. Dívidas trabalhistas de mais de 150 salários serão pagas conforme contrato, podendo ser quitadas até 2035.

Credores com garantia real poderão receber os valores com deságio de até 70% ou optar pela mesma forma de pagamento oferecida aos credores fornecedores, que integram uma subclasse da categoria de quirografários. Haverá pagamento de juros, que poderá ser feito até 2035.

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