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Economia

Juros: Taxas recuam pela 3ª sessão seguida, mas acumulam alta em novembro

Juros futuros fecharam em queda a sessão marcada pela volatilidade, com os investidores propensos a uma realização de lucros, mas ao tempo dividindo atenções entre as perspectivas para a PEC da Transição e o exterior

Redação Jornal de Brasília

30/11/2022 19h30

Foto: Reprodução

Os juros futuros fecharam em queda a sessão marcada pela volatilidade, com os investidores propensos a uma realização de lucros, mas ao tempo dividindo atenções entre as perspectivas para a PEC da Transição e o exterior, onde as apostas numa flexibilização das restrições de mobilidade na China continuaram dando suporte a moedas de países exportadores de commodities, como o real. No fechamento, prevaleceu o sinal de baixa, após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicar que a PEC, como está, não passa. Houve ainda contribuição do discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que ao retirar pressão dos Treasuries, respingou por aqui também.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou a etapa regular em 13,915% e a estendida em 13,910%, de 13,966% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2025 caiu de 13,17% para 13,03% (regular e estendida). O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 12,65% a sessão regular, e a estendida em 12,66%, de 12,87%.

É a terceira sessão seguida de recuo dos DIs, que, no balanço do mês, porém, avançaram. O aumento foi mais forte nos vértices de médio prazo, refletindo tanto a piora do risco fiscal quanto o da retomada do aperto na Selic nos próximos meses.

Após alternarem sinal de alta e baixa ao longo do dia, as taxas se firmaram em queda só na última hora de negócios, após o Broadcast Político apurar que Lira teria sinalizado ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva que o governo eleito, para garantir a aprovação da PEC, deveria trabalhar pela retirada do Bolsa Família do teto de gastos por um prazo menor do que quatro anos. A assessoria de imprensa do presidente da Câmara, porém, afirmou que a reunião nesta manhã foi “restrita aos dois” e negou que a possível desidratação do texto tenha sido abordada.

Para o economista-chefe do Banco Modal, Felipe Sichel, os vários “adiamentos” do texto – seja na apresentação ou no início da tramitação – denotam o problema de falta de consenso e aumentam o risco para a aprovação, dado o prazo cada vez mais exíguo. “Não é à toa que já se fala em plano B”, disse, referindo-se à possibilidade de edição de medidas provisórias com abertura de crédito extraordinário já em janeiro.

A PEC tem de ser aprovada no Senado e Câmara até 15 de dezembro. Apesar de o texto já reunir o número suficiente de assinaturas, a tramitação só vai começar na semana que vem quando haverá reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Mais cedo, o contraponto ao efeito das incertezas da PEC sobre a curva local veio do exterior, em novo dia em que as apostas na redução da política de Covid Zero na China embalaram as commodities e, consequentemente, moedas de países exportadores, como o real. O dólar engatou recuo firme e encerrou na casa de R$ 5,20.

O alívio nos prêmios na reta final também foi amparado pela virada do rendimento dos Treasuries para baixo, na esteira das declarações de Powell. O mercado se apegou à afirmação de que o momento de moderar ritmo de aumento das taxas de juro pode chegar logo em dezembro. Mas Powell também ponderou que a taxa ao fim do ciclo de aperto monetário poderá ser mais alta que a inicialmente prevista. No fim da tarde, a taxa da T-Note de dez anos estava em 3,69%, de 3,75% ontem.

Estadão Conteúdo

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