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Economia

Jorge Arbache: Fundos soberanos têm receio de investir no Brasil sem um parceiro local

“O interesse maior é por um sócio local, que entre com dinheiro, não apenas organize as condições para o investimento”

Redação Jornal de Brasília

03/10/2023 17h17

Imagem: divulgação/ CAF

Os investidores estrangeiros, como fundos soberanos, têm receio de entrar no Brasil sem um parceiro local, de preferência um sócio local, que entre também com dinheiro, afirmou nesta terça-feira, 3, o vice-presidente de setor privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Jorge Arbache.

“Os fundos soberanos reúnem cerca de US$ 11 trilhões para investir”, disse Arbache. “O Brasil seguramente é um dos principais países de foco desses fundos. Mas esses fundos têm um certo temor de entrar em um país como o Brasil sem um aliado local.”

Segundo o executivo, os fundos soberanos desejam parceiros nos negócios. “O interesse maior é por um sócio local, que entre com dinheiro, não apenas organize as condições para o investimento”, disse, complementando que os fundos de pensão podem cumprir esse papel. 

Para o executivo, os fundos de pensão podem ter comunicação proativa com fundos soberanos, levando proposta e ideias de negócios no Brasil. “A visão de sócio é diferente da visão de cliente.”

O vice-presidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial no Banco do Brasil, José Ricardo Sasseron, opinou que os fundos de pensão e de previdência deveriam rediscutir suas alocações. “Os fundos de pensão não são os responsáveis por fazer a economia crescer, mas podem ajudar.”

Ele afirmou que os fundos abertos e fechados somam aplicações de R$ 2,6 trilhões. Os fechados têm 80% de renda fixa e 12% em renda variável. As entidades abertas têm 94% em renda fixa e 5% em renda variável. “No País que tem a maior taxa de juros do mundo, não dá para culpar os gestores. Mas isso não é suficiente para construir um país com investimento social, ambiental e de governança para a gente ter um impacto positivo na sociedade. A gente pode ter um retorno muito bom não só investindo em renda fixa.”

O executivo avaliou que as autoridades brasileiras “demonizaram” os Fundos de Investimento em Participações (FIP). “Confundiram risco com gestão temerária”, comentou. “Risco é parte do negócio “

Vice-presidente da Anbima e sócio do BTG, Sergio Cutolo enfatizou que não há, no Brasil, cultura de investimentos de longo prazo – incluindo o fato de que os investimentos podem implicar riscos.

Estadão Conteúdo

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