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Economia

Fundo vai custear rotas na América do Sul

A integração para o Brasil tem o objetivo de abrir um canal mais rápido de transporte para a Ásia, via Oceano Pacífico

Redação Jornal de Brasília

12/12/2023 20h50

Foto: Reprodução/CNI

Os três bancos multilaterais BID, CAF, Fonplata, além do brasileiro BNDES, vão criar o Fundo Rotas da Integração para o financiamento de projetos que acelerem a integração sul-americana em cinco rotas de escoamento de produtos. A integração para o Brasil tem o objetivo de abrir um canal mais rápido de transporte para a Ásia, via Oceano Pacífico, e também aumentar o comércio bilateral entre os países da região.

Um total de US$ 10 bilhões (por volta de R$ 49,6 bilhões) foi separado para os projetos, mas o Banco Mundial e o Banco dos Brics, o chamado Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), já manifestaram interesse em reservar uma parte da sua carteira de empréstimos para integração da região.

Segundo a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, a integração pode encurtar em 7 mil quilômetros a distância que os produtos brasileiros, sobretudo da agroindústria, levam até o mercado consumidor asiático. Em tempo de transporte, a economia pode chegar, em alguns casos, a 20 dias.

Até 2027, as obras para a conclusão das cinco rotas (mais informações no quadro ao lado) deverão estar totalmente prontas – três delas em 2026 (último ano do governo Lula), segundo previsão da ministra.

Tebet apresentou ontem os detalhes das cinco rotas e informou que a parte do BNDES – US$ 3 bilhões (R$ 15 bilhões) – no Fundo será integralmente destinada ao financiamento de projetos nas rotas dentro do Brasil de Estados e municípios que poderão funcionar como “artérias” de conexão desses trechos.

“Não é para financiar obras federais nem para o BNDES financiar Cuba, Venezuela, nem a Argentina. É para o BNDES financiar porteira para dentro dos Estados e municípios”, disse.

Tebet afirmou também que não haverá custo adicional ao que já está previsto no Orçamento via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Foram mapeadas 124 obras. “Não tem um centavo a mais do que está no Orçamento”, afirmou. “Queremos voltar os nossos olhos para América do Sul. Temos de ter dois canais de escoamento da produção: pelo Atlântico e Pacífico”, disse Tebet. De acordo com o governo Lula, há mais de dez anos a agenda de integração está parada.

Azeitonas

Para mostrar a necessidade da integração para o comércio exterior, Tebet contou que, em 2022, Rondônia comprou R$ 2,7 milhões de azeitonas do Peru, via porto de Santos, passando pelo Canal do Panamá, e subindo mais 3 mil quilômetros até chegar ao seu destino – enquanto a distância entre o Estado de Rondônia e o Peru, numa linha reta, é de 2 mil quilômetros.

Outro exemplo dado pela ministra para as distorções provocadas pela falta de integração é o caso de os supermercados de Georgetown, na Guiana, importarem batatas do Canadá e melancias da Turquia.

“O problema do Brasil é que às vezes falta uma ponte para ligar um país ao Brasil ou uma estrada em que faltam 80 quilômetros”, disse a ministra.

Estadão Conteúdo

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