A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) elevou nesta sexta-feira, 25, de 0,52% para 0,53%, a estimativa para a taxa de inflação de abril na capital paulista. Segundo o instituto, o leve aumento na projeção, apesar do momento atual de desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), está ligado ainda à resistência do grupo Alimentação em níveis considerados ainda altos. Se a taxa aguardada para o indicador geral de abril for confirmada, será bem maior do que a inflação de 0,28% do mesmo mês do ano passado, mas inferior à de março de 2014, de 0,74%.
Nesta sexta-feira, a Fipe divulgou que o IPC apresentou taxa de 0,57% na terceira medição de abril ante inflação de 0,63% na segunda quadrissemana do mês. O resultado veio muito próximo da expectativa do instituto, que era de 0,55% e dentro das previsões dos economistas do mercado financeiro, já que, de acordo com levantamento do AE Projeções, eles esperavam taxa de 0,53% a 0,65%, com mediana de 0,60%.
No período pesquisado, o grupo Alimentação apresentou elevação de 1,56% contra avanço anterior de 1,86%. A alta do grupo ficou acima da esperada pela Fipe, de 1,53%. Para o gerente Técnico de Pesquisas do IPC, Moacir Mokem Yabiku, depois dos movimentos de elevação captados inicialmente pela parte In Natura dos alimentos e, depois, pelos subgrupos Industrializados e Semielaborados, agora é a vez da parte de Alimentação Fora do Domicílio receber os primeiros impactos e pressionar a inflação.
“O item Refeição é o único item com uma tendência mais clara de elevação nas próximas pesquisas”, comentou, referindo-se ao componente da Alimentação que avançou 1,73% na terceira quadrissemana ante 1,51% na segunda medição do mês, ajudando o subgrupo Alimentação Fora do Domicílio a saltar de 1,32% para 1,46%.
A boa surpresa dentro da Alimentação veio do subgrupo Produtos in Natura, que recuou 1,44% contra elevação anterior de 1,02%. Os Industrializados e os Semielaborados continuaram pressionados, mas não tiveram aceleração significativa. A alta do primeiro passou de 1,05% para 1,10% e a do segundo passou de 4,10% para 4,17%.
Com a situação de resistência da Alimentação, a Fipe aumentou também a projeção para o grupo no fim do mês, de 1,11% para 1,15%. Outro grupo que contou com mudança importante na estimativa foi o de Habitação, de queda de 0,03% para alta de 0,03%, com base na expectativa de que o item Telefone Fixo (conta), que contou com recuo de 3,77% na terceira quadrissemana, passe a cair menos.
Outro grupo destacado pelo gerente técnico do IPC foi Transportes, que subiu 0,28% na terceira quadrissemana ante 0,44% na segunda, em função do aumento menor no preço dos combustíveis. Com isso, a projeção da Fipe para a classe de despesas passou de 0,32% para 0,20%.