O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) deve fechar o mês de agosto com alta de 0,40%, ante um avanço de 0,22% registrado em julho, na previsão feita, nesta quarta-feira, pelo coordenador do indicador, Paulo Picchetti. De acordo com Picchetti, a inflação medida pelo IPC-S deve seguir pressionada pelo grupo Alimentação, especialmente por produtos in natura, e também pelos preços dos Serviços. “A pressão de alta desses dois grupos vem sendo a tônica do ano”, afirmou.
Ele destacou que, apesar da desaceleração da economia e da indústria, o mercado de trabalho segue aquecido, o que pressiona os preços do setor de Serviços. Em julho, esses preços subiram 0,63%, acima do 0,49% registrado no mês anterior. No acumulado de 12 meses, os preços de serviços vinham apresentando quedas, mas em julho voltaram a subir, atingindo 15,35%, ante 14,76% verificados até junho. “Serviço é uma grande incógnita”, disse. “Apesar da redução do ritmo da economia brasileira, o mercado de trabalho não arrefece.”
Sobre o grupo alimentos, Picchetti disse que a pressão de alta virá principalmente dos produtos in natura, que foram destaques no IPC-S de julho. O tomate fechou o mês com alta de 67,25%, ante 57,06% registrados na leitura anterior, o reajuste do alho ficou em 16,83%, ante 23,47% na leitura anterior, e o pimentão subiu 40,60%, ante 29,46%.
Picchetti não soube avaliar o impacto que os combustíveis podem ter nos preços no mês de agosto. Em julho, os combustíveis ajudaram a conter uma alta do IPC-S. O álcool registrou queda de 1,36% na quarta quadrissemana de julho ante recuo de 1,65% na leitura anterior. A gasolina caiu 0,63% ante 0,67% na mesma base de comparação. “É difícil saber para onde vai o preço do combustível, vai depender se haverá ou não reajuste”, afirmou.
Greve
Picchetti afirmou que a greve dos caminhoneiros, encerrada na terça-feira à noite, prejudicou o abastecimento em várias regiões do País e deve impactar alguns preços na primeira semana de agosto. Ele não soube precisar, no entanto, o tamanho desse impacto na inflação. “A greve vai ter reflexos na primeira semana, mas depois os preços, principalmente os de produtos in natura, devem voltar ao normal”, afirmou.