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Economia

Dólar abre negociações em alta, voltando ao patamar de R$ 5,60

Desde o início de março, a escalada, por conta da pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19, e também por instabilidade político-econômica interna, já chegou o valor do câmbio a R$ 5,74

Redação Jornal de Brasília

06/05/2020 9h37

O dólar abriu as negociações do dia em alta de cerca de 0,5%, cotado a R$ 5,62. A valorização da moeda americana é próxima de 40% neste ano. Em janeiro, a cotação estava perto de R$ 4. O real tem aumentado a depreciação frente ao dólar nesta manhã e, às 9h21, a cotação já havia atingido em R$ 5,65

Desde o início de março, a escalada, por conta da pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19, e também por instabilidade político-econômica interna, já chegou o valor do câmbio a R$ 5,74, máxima nominal, quando não se desconta a inflação.

Em mais um sinal da forte volatilidade que atinge os mercados financeiros ao redor do mundo, índices de Ásia e Europa têm direções opostas na manhã desta quarta-feira, 6, com cada um em meio a uma expectativa diferente. No continente oriental, as Bolsas fecharam em alta generalizada. O primeiro motivo é em relação às possíveis reaberturas ou afrouxamento do isolamento social, em países como Estados Unidos, alguns na Europa e na própria região do Pacífico também. Já na Europa, os índices caem, quase de forma generalizada, principalmente, por receios em relação, justamente, às tensões entre Estados Unidos e China, ligadas à pandemia.

Se por um lado o investidor tenta se animar com os primeiros passos sendo dados nos Estados Unidos e Europa para reabertura de suas economias, por outro lado, os sinais de fraqueza da atividade no Velho Continente e previsões bem pessimistas preocupam. A União Europeia prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cairá 7,7% este ano, por causa da pandemia de coronavírus. As vendas no varejo da zona do euro tiveram tombo de 11,2% em março, na margem, e acima do esperado, e as encomendas à indústria da Alemanha despencaram 15,6% em março ante fevereiro. Já os PMIs compostos da zona do euro e Alemanha caíram às mínimas históricas, mas ainda acima das prévias. E em meio à tensão entre EUA e China, o banco central da potência asiática enfraqueceu hoje a taxa de paridade do yuan em relação ao dólar.

Cenário local

Por aqui, o mercado começa o dia com as notícias de rebaixamento da perspectiva do rating brasileiro pela Fitch para negativa e aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto de lei do Senado que destina ajuda de R$ 125 bilhões para os Estados, o Distrito Federal e os municípios em razão da pandemia.

Sobre o Copom, a expectativa do mercado é de novo corte de 50 pontos-base da Selic, para 3,25%. Na terça-feira, 5, o ex-presidente do Banco Central e atualmente estrategista-chefe da gestora Rio Bravo, Gustavo Franco, disse estar preocupado com a possibilidade de deflação no Brasil, mesmo com a taxa de juros perto de zero, mostrando um ambiente no qual a política monetária perde a sua eficácia.

No radar político segue o ex-ministro Sérgio Moro, que em depoimento à Polícia Federal admitiu ter concordado em trocar a superintendência do Rio no ano passado diante da pressão do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Moro, Bolsonaro teria dito a ele: “Moro, você tem 27 superintendências (da Polícia Federal), eu quero apenas uma: a do Rio de Janeiro”. E Moro atendeu o presidente. O ex-ministro relatou ainda que tem nove provas que confirmariam as suas acusações de ‘interferências políticas’ de Bolsonaro no comando da corporação.

Petróleo

Às 4h34 (de Brasília), o barril do petróleo WTI para junho caía 0,73% na Nymex, a US$ 24,38, enquanto o do Brent para julho subia 0,23% na ICE, a US$ 31,04.

Estadão Conteúdo

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