As Bolsas da Ásia fecharam em alta generalizada nesta quinta-feira, 5, seguindo o rali de Nova York, diante de sinais de que o democrata Joe Biden poderá se tornar o próximo presidente dos Estados Unidos, reduzindo as incertezas das eleições americanas e favorecendo o apetite por risco.
A apuração parcial da eleição nos EUA mostra que Biden já obteve 264 votos no colégio eleitoral, contra 214 do presidente Donald Trump. Para conquistar a Casa Branca, são necessários 270 votos. O resultado da disputa, no entanto, depende ainda do fim do cômputo de votos em estados que costumam oscilar entre democratas e republicanos. Além disso, o Partido Republicano poderá manter o controle no Senado, tornando mais improvável um grande pacote fiscal em reação à covid-19.
A possível vitória de Biden já havia favorecido as Bolsas de Nova York, que encerraram os negócios de quarta-feira, 4, com ganhos em torno de 1,3% a 3,9%.
Bolsas da Ásia
O Hang Seng liderou os ganhos na Ásia, com salto de 3,25% em Hong Kong, a 25.695,92 pontos, em meio a expectativas de que as tensões entre EUA e China diminuam num eventual governo Biden. Entre os mercados chineses, o Xangai Composto subiu 1,30%, a 3.320,13 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 1,67%, a 2.299,87 pontos.
Em outras partes da região asiática, o japonês Nikkei se valorizou 1,73% em Tóquio, a 24.105,28 pontos, o sul-coreano Kospi teve expressivo ganho de 2,40% em Seul, a 2.413,79 pontos, e o Taiex registrou alta de 0,40% em Taiwan, a 12.918,80 pontos.
Na Oceania, a Bolsa australiana acompanhou o tom positivo da Ásia, e o S&P/ASX 200 avançou 1,28% em Sydney, a 6.139,60 pontos.
Bolsas da Europa
Os mercados acionários europeus têm ganhos nesta manhã em meio às expectativas de que a corrida para a Casa Branca possa estar mais perto do fim, com o democrata Joe Biden flertando com a vitória, e uma eventual judicialização das eleições sem força para conter o apetite por risco. O anúncio de mais estímulos por parte do Banco da Inglaterra (BoE, pela sigla em inglês) diante do avanço da covid-19 e a safra de lucros do terceiro trimestre ajudam no movimento de recuperação.
Às 7h10, no horário de Brasília, o Stoxx-600 tinha alta de 0,78%, aos 366,14 pontos. Impulsionado pela expectativa em torno das eleições nos EUA, o índice pan-europeu está próximo de retomar o patamar visto há duas semanas.
Enquanto a disputa pela Casa Branca deixa as preocupações com o ressurgimento da pandemia em segundo plano, dados econômicos dão mais cor para que os mercados tracem previsões para os próximos trimestres. O destaque desta quinta foram as encomendas à indústria da Alemanha, que subiram 0,5% em setembro ante agosto, o quinto mês consecutivo de recuperação, segundo dados com ajustes sazonais divulgados pela agência de estatísticas do país, a Destatis.
Em Londres, o índice FTSE 100, tinha alta de 0,53%, e o DAX, de Frankfurt, apresentava elevação de 1,20%, também às 7h10 (de Brasília). O CAC 40, de Paris, avançava 1,01%, o FTSE MIB, de Milão, subia 1,78%, e o IBEX 35, de Madri, 1,19%. Na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 registrava valorização de x0,64%.
Petróleo
Os contratos futuros do petróleo operam em baixa na madrugada desta quinta-feira, revertendo parte dos robustos ganhos de quase 4% da sessão anterior, em meio às incertezas da eleição presidencial dos EUA. Embora o democrata Joe Biden esteja mais próximo de conquistar a Casa Branca, os republicanos poderão manter o controle no Senado, o que reduz as chances de um grande pacote fiscal em reação à covid-19, doença que compromete a demanda pela commodity. Às 5h21 (de Brasília), o barril do petróleo WTI para dezembro caía 0,77% na Nymex, a US$ 38,85, enquanto o do Brent para janeiro recuava 0,73% na ICE, a US$ 40,93.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo