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Economia

Com ‘efeito Desenrola’, Serasa vê aumento de 41% nas negociações de dívidas

Mais de 1,5 milhão de pessoas com dívidas bancárias de até R$ 100 tiveram seus nomes retirados do seu cadastro negativo do Serasa

Redação Jornal de Brasília

25/07/2023 17h28

Dinheiro, Real Moeda brasileira

Vinícius Barboza
São Paulo, SP (Folhapress)

Na semana de estreia do Desenrola Brasil, a Serasa Experian viu as renegociações de dívidas crescerem 41% em sua plataforma em comparação à semana anterior ao lançamento do programa. Foram feitos 1,046 milhão de acordos entre 17 e 23 de julho, considerando dívidas bancárias e de outros segmentos Uma semana antes, entre os dias 10 e 16, 744,3 mil negociações foram fechadas. Os dados foram divulgados pela Serasa nesta terça-feira (25).

O bureau de crédito informou ainda que mais de 1,5 milhão de pessoas com dívidas bancárias de até R$ 100 tiveram seus nomes retirados do seu cadastro negativo. Balanço da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) divulgado no sábado (22) mostra que mais de 2 milhões de nomes foram limpos em cinco dias de Desenrola, com R$ 500 milhões negociados.

O dado se refere às dívidas negociadas dentro e fora da primeira fase do programa do governo federal, a faixa 2, que teve início na segunda (17). Isso se deve ao fato de que muitos consumidores acabaram procurando o bureau de crédito para negociar seus débitos à parte ao Desenrola.

Levando em conta apenas as dívidas bancárias, a plataforma Serasa Limpa Nome intermediou 232 mil acordos na primeira semana do programa –um aumento de 47% em relação à semana anterior ao lançamento do Desenrola, que registrou 158 mil negociações. Se compararmos a estreia do Desenrola com o total de negociações realizadas entre 19 a 25 de junho, a alta é de 62%.

Ao todo, os bancos ofereceram quase R$ 1 bilhão em descontos nas renegociações: foram R$ 973,966 milhões abatidos, informou a empresa. O número é 97% maior do que as reduções concedidas entre 19 e 25 de junho, que alcançaram a marca de R$ 473 milhões à época.

Empresas pegam carona no programa para negociar dívidas

Não são apenas os bancos que estão renegociando. Nesta segunda (24), Via (Casas Bahia e Ponto) e Renner se anteciparam ao Desenrola e anunciaram condições para quitação de dívidas no carnê e no cartão. Trata-se de movimento próprio das redes, já que o Desenrola do varejo começa oficialmente em setembro, quando se inicia a faixa 1.

Empresas de segmentos variados também aproveitaram o efeito causado pelo Desenrola e usaram a plataforma Serasa Limpa Nome na última semana para ampliar acordos sobre dívidas em atraso.

Foram 814 mil negociações firmadas entre consumidores e empresas entre 17 e 23 de julho. Uma semana antes do Desenrola, foram feitas 586 mil negociações, 28% a menos do que na semana de estreia do programa. Entre 19 e 25 de junho, haviam sido registrados 507 mil acordos.

Nos primeiros seis dias de Desenrola, as empresas concederam R$ 2,6 bilhões em descontos -90% a mais do que o R$ 1,3 bilhão oferecido entre 19 e 25 de junho.

Inadimplência cai pela primeira vez no ano

Reportagem da Folha de S.Paulo publicada na sexta (21) mostrou que a inadimplência caiu pela primeira vez em 2023, segundo dados da Serasa Experian. O levantamento contempla dados relativos a junho, anteriores ao início do Desenrola.

O estudo mostra uma redução de 450 mil pessoas com débitos em relação a maio. São 71,45 milhões de brasileiros endividados, número próximo ao registrado em abril, quando 71,44 milhões estavam inadimplentes.

De acordo com a Serasa, o tipo de dívida que lidera a lista é a bancária e de cartões, com 31,1%. Na sequência vêm as contas de utilidades (22,1%), financeiras (15,2%), varejistas (11,4%), serviços (10,6%) e telefonia (4,8%). Outros segmentos, somados, alcançam 4,8%.
Dicas para não cair em golpes do Desenrola Brasil

A Serasa ofereceu dicas para que o consumidor não caia em golpes envolvendo o Desenrola. A empresa reforçou que centraliza negociações em seu aplicativo Serasa, disponível na Play Store (Android) e App Store (iOS), e em seu site (neste link).

A companhia recomenda que os cidadãos desconfiem e não cliquem em links recebidos por emails ou aplicativos de mensagens e chequem a autenticidade dos sites.

A Serasa disponibiliza um verificador de meio de pagamentos na plataforma Limpa Nome, também disponível na internet, no Google Play e na App Store. Ao todo, mais de 338 mil consultas foram feitas pelo validador desde novembro de 2022, diz a empresa.

Após fazer login com CPF e senha, o usuário deve selecionar “Soluções”. Depois, ir até a opção “Validar Meio de Pagamento na seção Pagamentos”. Por fim, é preciso acrescentar o código do Pix ou do código de barras no campo indicado.

Caso o boleto não seja da Serasa, verifique se, no campo beneficiário, consta uma instituição financeira autorizada a renegociar dívidas. As tentativas de fraudes podem ser registradas em boletins de ocorrência em delegacias online da Polícia Civil.

Qual a diferença entre as faixas 1 e 2 do Desenrola Brasil?

A faixa 2 do Desenrola, que começou a vigorar na segunda (17), irá limpar o nome de cidadãos com dívidas até R$ 100. Além disso, ela é voltada a quem tem dívida bancária e cujo nome foi incluído nos cadastros de devedores entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022.

O participante deve ganhar entre R$ 2.640 (dois salários mínimos) e R$ 20 mil por mês, terá prazo mínimo de 12 meses para o pagamento da dívida e negociará a quantidade de parcelas e a taxa de juros diretamente com o banco. Não há limite da quantia a ser quitada.

Já a adesão à faixa 1 do Desenrola começará apenas em setembro. Ela é voltada para quem recebe até R$ 2.640 por mês ou tem inscrição no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais), e entrou na lista de negativados a partir de 1º de janeiro de 2019, permanecendo até 31 de dezembro de 2022.

A faixa 1 permitirá renegociar até R$ 5.000 em qualquer tipo de dívida, desde que não seja crédito rural, financiamento imobiliário, operação com funding ou risco de terceiros, e dívida com garantia real. O pagamento pode ser à vista ou parcelado em até 60 meses, com parcela a partir de R$ 50 e taxa de juros de, no máximo, 1,99% por mês.

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