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Economia

Clima Econômico da América Latina recua 12,6 pontos no 3º trimestre, diz FGV

O ICE da América Latina recuou 12,6 pontos na passagem do segundo trimestre para o terceiro trimestre de 2022, para o patamar 54,7 pontos

Redação Jornal de Brasília

22/08/2022 10h43

O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina recuou 12,6 pontos na passagem do segundo trimestre para o terceiro trimestre de 2022, para o patamar 54,7 pontos, permanecendo assim na zona desfavorável (abaixo de 100 pontos), apontou levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Os dois componentes do ICE registraram queda em relação ao trimestre imediatamente anterior. O Indicador das Expectativas (IE) recuou 21,7 pontos, para 65,5 pontos. O Indicador da Situação Atual (ISA) caiu 4,5 pontos, para 44,3 pontos.

“A piora nas expectativas acende um sinal de alerta, pois indica que os especialistas esperam uma desaceleração econômica para os próximos meses. Todos os indicadores estão na zona desfavorável do ciclo econômico”, avaliou a FGV, em nota.

O Clima Econômico no Brasil caiu 8,2 pontos na passagem do segundo trimestre para o terceiro trimestre de 2022, para o patamar de 54,5 pontos. O Indicador de Situação Atual do País subiu 12,9 pontos, para 42,9 pontos, enquanto o Indicador de Expectativas recuou 33,3 pontos, para 66,7 pontos.

Apenas dois países registraram melhora no ICE entre o segundo trimestre e o terceiro trimestre de 2022: o Paraguai, com aumento de 9,9 pontos, para o patamar de 101,1 pontos, e a Bolívia, com elevação de 1,7 ponto, para 67,6 pontos.

A maior queda ocorreu no Uruguai, um recuo de 27,0 pontos, para 122,6 pontos. O Uruguai e o Paraguai são os únicos países com ICE na zona favorável, acima dos 100 pontos.

A FGV incluiu na sondagem uma pergunta sobre gargalos no acesso a insumos, uma vez que as cadeias de produção e de logística que estavam se reorganizando durante 2021 foram impactadas pelo lockdown na China e pela guerra na Ucrânia.

“Apenas na Argentina predominam respostas que consideram os problemas de abastecimento graves. Nesse caso, questões domésticas de acesso às divisas para efetuar transações internacionais devem estar influenciando as respostas. Responderam com porcentuais iguais ou acima de 50% no quesito – sim, de forma moderada/leve – todos os países, exceto Argentina e Uruguai. Esse último país os especialistas avaliaram que ‘nunca teria enfrentado esse problema’. Destaca-se o caso do Brasil, onde 13,3% responderam afirmando ser afetados de forma grave, o que estaria diretamente relacionado a gargalos no fornecimento de chips e semicondutores. As respostas de ‘forma leve/moderada’ também identificam problemas no abastecimento de chips/semicondutores”, apontou a nota da FGV.

A pesquisa mostrou como mais prejudicado o fornecimento de insumos da agroindústria (35%), seguido de energia (14%), chips e semicondutores (13%), outros insumos da indústria de transformação (11%) e diversos (11%). Os demais itens citados tiveram menos de 10% de menções.

“É interessante observar que os insumos da agroindústria constituem o principal gargalo. Para o Brasil, como antes mencionado, a questão não parece ser prioritária, apesar da importância do setor nas exportações brasileiras”, apontou a FGV, lembrando que o Brasil registrou aumento no volume de importações de adubos e fertilizantes neste ano. “Alguns setores da agroindústria podem estar tendo dificuldades, entretanto, no agregado das importações, o aumento no volume indica que a oferta de fertilizantes e adubos está crescendo”, concluiu a FGV.

Estadão Conteúdo

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