Os financiamentos concedidos pela Caixa Econômica Federal, por meio da Superintendência de Petróleo, Gás e Indústria Naval, criada em 2010, acumulam desde o ano passado contratações no valor de R$ 13 bilhões em operações efetuadas com empresas do setor. Desse total, R$ 10 bilhões se referem a operações de crédito feitas em 2011 e R$ 3 bilhões entre janeiro e julho de 2012.
A meta para este ano é igualar o volume de crédito liberado no ano passado, de modo a acumular financiamentos para os segmentos de petróleo e gás e da indústria naval da ordem de R$ 20 bilhões. “A gente percebe que tem mercado até para mais do que isso”, disse hoje (1º) o superintendente em exercício de Petróleo, Gás e Indústria Naval da Caixa, Antonio Gil Padilha Bernardes Silveira, ao participar da Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore (Navalshore), no Rio de Janeiro.
Não há limite para a concessão de financiamentos ao setor, assegurou. “A Caixa não tem problemas de ‘funding’ [fonte de recursos]. Os recursos concedidos pela Caixa às empresas de petróleo, gás e construção naval no país provêm da própria instituição, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo da Marinha Mercante (FMM)”.
Antonio Gil Silveira salientou que os financiamentos às empresas do setor procuram estar atrelados também a soluções sociais. “Como a missão da Caixa é atuar na direção da cidadania e do desenvolvimento sustentável, em cada região onde aquele empreendimento vai ser implementado, a Caixa analisa todo o impacto social, de geração de emprego e renda, para que esse projeto possa gerar cidadania e bem estar social, não visando apenas ao retorno do investimento”.
A construção de casas para os empregados de estaleiros é um exemplo de solução social oferecida pela Caixa às empresas do setor. Do total liberado em 2011, R$ 920 milhões foram por meio de créditos a performar. Essa é uma modalidade de financiamento utilizada por empresas que vencem licitação para efetuar uma obra e não tem “musculatura” para a execução, disse Silveira. Em casos assim, a Caixa antecipa um determinado valor do contrato, a taxas competitivas, “de modo a garantir que essas empresas possam cumprir o contrato e, assim, fazer com que os investimentos na área de petróleo e gás efetivamente aconteçam”, segundo explicou. Em 2012, o crédito a performar já alcançou R$ 400 milhões.
A Caixa é a instituição que mais emprestou no âmbito do programa Progredir, da Petrobras, tanto em quantidade como em volume de operações, disse o superintendente. O programa como um todo já concedeu R$ 2,8 bilhões em crédito, em 599 transações financeiras. O Progredir financia a cadeia de fornecedores da Petrobras. Com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), a Caixa já contratou cerca de R$ 2 bilhões. Essas são operações de maior vulto, que demandam mais tempo de exame, explicou Silveira.
“A expectativa é fechar mais de R$ 7 bilhões este ano. O estoque de empreendimentos em análise mostra que [a superintendência] vai ultrapassar a meta”. Os projetos variam do mínimo de R$ 1 milhão ao máximo, atualmente, de R$ 2 bilhões em financiamentos. Silveira revelou que somente para construção de embarcações, a superintendência tem em analise 320 projetos, além da reforma, modernização e instalação de novas plantas de estaleiros. A maior parte das embarcações são barcos de apoio para a exploração de petróleo. Os estaleiros têm implantação prevista nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.
Um dos principais critérios para aprovação dos projetos com recursos do FMM é a quantidade de conteúdo local. Quanto maior esse índice em determinado projeto, maior a cota de financiamento e menor a taxa de juros. “É nosso intuito desenvolver a indústria nacional. Quanto maior for o conteúdo local, mais atrativo o projeto será para nós”, explicou.