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Economia

Brasil tem 50 dias de estoque de diesel, sem precisar importar petróleo, diz Sachsida

Sachsida relatou que, depois do começo do conflito entre Rússia e Ucrânia, houve não apenas o aumento do preço do petróleo

Redação Jornal de Brasília

12/07/2022 17h49

Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza audiência pública interativa para instruir a PEC 6/2019 que modifica o sistema de previdência social, estabelece regras de transição e disposições transitórias, e dá outras providências. Entre os convidados estão o secretário de Previdência e Trabalho; economistas; e representantes dos auditores fiscais, dos procuradores do trabalho e dos trabalhadores em educação.À mesa, em pronunciamento, secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida.Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse nesta terça-feira, 12, que o Brasil possuía, até ontem, 50 dias de estoque de diesel, sem a necessidade de importar petróleo.

“Se acontecer alguma coisa no mundo e não se puder mais importar petróleo, o Brasil tem 50 dias de diesel. Ou seja, estamos bem preparados e posicionados, monitorando a evolução do cenário mundial”, afirmou o ministro, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Sachsida relatou que, depois do começo do conflito entre Rússia e Ucrânia, houve não apenas o aumento do preço do petróleo, mas um descolamento entre o Brent e o diesel. “A dificuldade de refino do petróleo tem gerado uma pressão grande de aumento do custo do diesel”, argumentou.

A duração do estoque de diesel apontado pelo ministro é mais alta do que o prazo informado pelo governo em maio. Na época, o Ministério de Minas e Energia divulgou que o estoque de diesel era suficiente para suprir a demanda por 38 dias sem importações.

O risco de desabastecimento de diesel preocupa as empresas importadoras e demais setores que dependem do produto, como transportes e agricultura. A demanda global pelo diesel cresceu como consequência da guerra na Ucrânia e o corte no fornecimento de gás russo para a Europa Ocidental.

Os meses de junho, julho e agosto costumam ter uma demanda maior por diesel nos Estados Unidos e países do Hemisfério Norte, por causa das férias de verão e da safra agrícola.

No mês passado, postos de combustíveis na Argentina enfrentavam dificuldades no fornecimento de diesel, o que estava afetando o abastecimento de caminhões.

Sobre o preço dos combustíveis em si, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, afirmou que a aprovação de medidas, como o corte de impostos, pelo Congresso Nacional já têm reduzido o custo nas bombas.

“Com as medidas aprovadas no Congresso, obtivemos uma redução média de 21% no preço da gasolina. Os tributos federais já estavam zerados sobre o diesel e o GLP”, afirmou.

No entanto, Sachsida reconheceu que a redução do preço do diesel nas bombas não é tão grande porque o ICMS sobre os combustíveis já era próximo a 17% em muitos Estados. “Por isso o governo e o Congresso estão trabalhando no voucher caminhoneiro, que é uma solução bem focada e com custo fiscal reduzido em comparação com outras iniciativas”, completou.

O ministro disse ainda que o governo tem trabalhado para aumentar também a competitividade do etanol em relação à gasolina. “Temos trabalhado em parceria com o Congresso e aprovamos a MP da venda direta de etanol. Com o aumento da competição no setor, conseguiremos abaixar um pouco o preço. Em Mato Grosso, já há resultados positivos dessa medida”, relatou.

O ministro lembrou ainda que o ordenamento jurídico brasileiro impede que o governo tenha ingerência sobre a política de preços da Petrobras. “Muitas pessoas cobram uma interferência maior do governo sobre os preços da Petrobras, mas isso não é possível”, afirmou.

Estadão conteúdo

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