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Economia

Brasil lidera ranking de juros real, apesar de corte na Selic

O Copom anunciou nesta quarta o primeiro corte de juros no governo Lula, com a redução da taxa básica (Selic) em 0,5 ponto percentual -de 13,75% para 13,25% ao ano

Redação Jornal de Brasília

03/08/2023 12h45

Foto: Reprodução

(FOLHAPRESS)

O Brasil mantém a liderança no ranking mundial de juros reais, mesmo após a redução da taxa básica na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central desta quinta-feira (2).

O juro real no Brasil está em 6,68% ao ano, valor próximo ao do México (6,64%) e da Colômbia (6,15%). O quarto colocado no ranking elaborado pelo Portal MoneYou também é um país latino-americano, o Chile, com 4,6% ao ano.

Os cálculos consideram o juro real “ex-ante”. Ou seja, a diferença entre a taxa de investimento no contrato DI (Depósito Interbancário) de um ano, descontada a inflação de 4,07% projetada para os 12 meses à frente -coletada na pesquisa Focus do BC, com cerca de 100 economistas.

O Copom anunciou nesta quarta o primeiro corte de juros no governo Lula, com a redução da taxa básica (Selic) em 0,5 ponto percentual -de 13,75% para 13,25% ao ano.

Em termos nominais, as maiores taxas ao ano coletadas pelo portal são as da Argentina (97%), Turquia (17,5%), Hungria (15%), Brasil e Colômbia (ambos com 13,25%), México (11,25%) e Chile (10,25%).

Entre as grandes economias, os EUA estão com juro real de 1,82% ao ano, a China com 1,67%, e o Reino Unido com 2,36%. Nos países da Zona do Euro, a taxa real está próxima de 1,5% ao ano.

Apenas cinco países do levantamento ainda possuem juro real negativo: Suécia (-0,03%), República Tcheca (-1,86%), Hungria (-1,89%), Polônia (-6,05%) e Argentina (-28,53%).

No ranking com 40 países, 40% mantiveram a taxa básica em sua última reunião de política monetária, enquanto 52,5% elevaram as taxas, e 7,5% cortaram.

“O movimento global de políticas de aperto monetário continuou a ganhar força, com o aumento expressivo no número de BCs sinalizando preocupação com a inflação, mesmo com a queda do preço de commodities”, diz o levantamento do Portal MoneYou.

Brasil lidera ranking de juros real

Em % ao ano

Colocação – País – Taxa real

1º – Brasil – 6,68
2º – México – 6,64
3º – Colômbia – 6,15
4º – Chile – 4,60
5º – África do Sul – 3,82
6º – Filipinas – 3,80
7º – Indonésia – 3,63
8º – Hong Kong – 2,83
9º – Reino Unido – 2,36
10º – Israel – 2,23
11º – Nova Zelândia – 1,96
12º – Estados Unidos – 1,82
13º – China – 1,67
14º – Malásia – 1,64
15º – Bélgica – 1,57
16º – Coreia do Sul – 1,57
17º – Espanha – 1,48
18º – Índia – 1,48
19º – Grécia – 1,47
20º – Rússia – 1,46
21º – Tailândia – 1,42
22º – Suíça – 1,3
23º – Dinamarca – 1,27
24º – Canadá – 1,27
25º – Taiwan – 1,26
26º – Holanda – 1,08
27º – Cingapura – 1,06
28º – Austrália – 0,97
29º – Turquia – 0,88
30º – França – 0,55
31º – Portugal – 0,47
32º – Alemanha – 0,30
33º – Japão – 0,24
34º – Itália – 0,02
35º – Áustria – 0,01
36º – Suécia – (-0,03)
37º – República Tcheca – (-1,86)
38º – Hungria – (-1,89)
39º – Polônia – (-6,05)
40º – Argentina – (-28,53)

Fonte: Portal MoneYou

GLOSSÁRIO

Taxa básica de juros

A taxa Selic é a referência para os demais juros da economia. Trata-se da taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia)

Taxa real de juros

Considera uma taxa nominal, a Selic, por exemplo, descontada a inflação

Taxa real ex-ante

Calculada olhando para a frente (taxa esperada), com base nas projeções para juros e inflação. É a mais relevante para a política monetária, pois influencia decisões futuras de investimento e consumo

Taxa real ex-post

Calculada olhando para trás (taxa verificada), com base nos juros e inflação nos últimos 12 meses, por exemplo. Serve para avaliar um investimento já realizado

Copom (Comitê de Política Monetária)

Órgão do Banco Central, formado pelo seu presidente e diretores, que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia, a Selic

IPCA

Indicador medido pelo IBGE que serve como meta de inflação. A meta é definida pelo Conselho Monetário Nacional, órgão que tem a participação do BC, do ministro da Fazenda ou Economia e de outros membros da equipe econômica.

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