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Economia

Bradesco troca presidente e Marcelo Noronha assume no lugar de Lazari

Aos 58 anos, Noronha está há 38 anos no setor bancário, sendo 20 deles só no Bradesco

Redação Jornal de Brasília

23/11/2023 23h34

Foto: Reprodução

São Paulo e Nova York, 23 – Após um ano de resultados ruins, o Bradesco, segundo maior banco privado do País, anunciou mudança de comando nesta quinta, 23. Marcelo de Araújo Noronha será o novo presidente da instituição, em substituição a Octavio de Lazari Junior – que ocupava o cargo desde 2018 e que, segundo nota, será indicado para integrar o conselho de administração.

Aos 58 anos, Noronha está há 38 anos no setor bancário, sendo 20 deles só no Bradesco. Antes do conglomerado, passou por instituições como o BBVA no Brasil (BBV), comprado pelo Bradesco nos anos 2000. Desde janeiro, ele ocupava a vice-presidência de varejo do banco, com o desafio de reverter dados negativos como a alta da inadimplência, que pressionou para baixo os resultados do Bradesco.

“O mercado é muito competitivo e exige múltiplas capacidades de todos nós. Com os pés no chão, tenho consciência da minha missão E não será diferente dessa vez”, disse ele, em nota distribuída pelo banco. “Tenho visão plena das decisões relevantes que me aguardam, e o tamanho da carga das expectativas dos clientes, colaboradores e acionistas do Bradesco.”

A troca abrupta de comando fugiu dos padrões do Bradesco. Mas os resultados do balanço no terceiro trimestre haviam reforçado no mercado a expectativa de alguma mudança nos principais cargos do conglomerado.

O banco apresentou no período lucro líquido recorrente de R$ 4,621 bilhões, uma queda de 11,5% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. A carteira de crédito encolheu e a inadimplência, considerando atrasos acima de 90 dias, aumentou, ainda impactada pelo “efeito Americanas” (o Bradesco figura entre os maiores credores da varejista, que está em recuperação judicial).

A piora do desempenho de varejo do Bradesco nos últimos anos pesou nos resultados, sobretudo pela importância do segmento para o banco, mais focado no segmento de clientes de baixa renda Como resultado, isso o distanciou de seu principal rival, o Itaú Unibanco, maior banco da América Latina.

Candidato natural

Noronha, que antes da área de varejo comandou o segmento de atacado do banco, sempre foi visto no mercado como um forte candidato para assumir a presidência do Bradesco. Na troca de liderança anterior, seu nome era o principal concorrente de Octavio de Lazari. Uma questão importante, até ontem ainda em aberto, é sobre quem vai assumir agora a vice-presidência de varejo do Bradesco.

Ontem, as ações do Bradesco fecharam em alta de 1,87% (ON) e 2,67% (PN).

Em nota, o presidente do conselho de administração do banco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou que a nomeação de Noronha vai marcar uma nova era no conglomerado, em meio a um cenário “absolutamente desafiador” sob as óticas de eficiência operacional, competitividade e regulação. “A mudança tem o propósito de iniciar um ciclo de projetos e objetivos estratégicos robustos para os próximos anos”, disse.

Sem entrar em detalhes sobre as razões que levaram à troca de comando no banco, Trabuco acrescentou que cada geração de executivos tem o seu “momento de maturação, ritos de passagem e patrimônios acumulados como legado”. “O momento representa um cenário propício para dar visão renovada aos movimentos necessários em direção aos objetivos colocados pelo conselho de administração do Bradesco.”

Estadão Conteúdo

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