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Economia

Bolsa aponta para novo dia de ganhos apoiada em Petrobras e Vale

O crescimento percentual diário na sessão foi o maior desde a alta de 3,66% anotada em 2 de dezembro

FolhaPress

26/01/2022 13h15

Foto: Agência Brasil

Clayton Castelani

Os primeiros negócios desta quarta-feira (26) na Bolsa de Valores brasileira apontam uma tendência de forte alta, nos moldes do movimento registrado na véspera. Investidores estrangeiros são atraídos para os setores mais sólidos do mercado doméstico, como os de commodities e bancário, enquanto a expectativa de alta dos juros nos Estados Unidos derruba os principais índices negociados em Nova York.

O Ibovespa subia 1,71%, a 112.083 pontos, às 11h41. Nesta terça (25), o índice de referência do mercado acionário do país saltou 2,10%, a 110.770 pontos, a mais elevada pontuação desde o final de outubro do ano passado. O crescimento percentual diário na sessão foi o maior desde a alta de 3,66% anotada em 2 de dezembro, quando a aprovação da PEC dos Precatórios no Senado aliviou preocupações sobre a capacidade do governo em cumprir o Orçamento de 2022.

Investidores estrangeiros já aportaram cerca de R$ 20 bilhões no mercado brasileiro. Eles buscam ações baratas e com potencial de valorização, como papéis de alguns dos maiores exportadores de materiais básicos do país. O movimento está fazendo o Brasil descolar das baixas no mercado acionário dos Estados Unidos.

Apesar da entrada de capital do exterior, o dólar operava em alta, cotado a R$ 5,4550, indicando uma correção em relação à queda de 1,30% da véspera. O barril do petróleo Brent subia 1,29% nesta manhã, a US$ 89,34 (R$ 5,4349). A valorização da commodity beneficia as ações da Petrobras, que saltavam 3,03% um dia depois de terem disparado 3,26%.

Altas nos contratos de minério de ferro exportado para China geravam ganhos para a Vale. Os papéis da mineradora subiam 2,28%. Esses eram os dois ativos com maior contribuição para a alta do Ibovespa nesta quarta.

Em Wall Street, após um 2021 de ganhos elevados, as ações americanas passam por forte correção. Na terça, a Nasdaq, bolsa que concentra empresas de tecnologia ainda em formação de caixa, desabou 2,28%. Em 2022, o tombo atingiu 13,46%.

O desempenho do setor de tecnologia puxou para o fundo o S&P 500, referência do mercado americano, que caiu 1,22% nesta sessão e, no ano, 8,60%. Composto por algumas dezenas de grandes empresas de valor, o índice Dow Jones é menos sensível à alta dos juros. O indicador caiu 0,19% nesta terça. A queda anual acumulada é de 5,62%.

Olhos e ouvidos de investidores estarão voltados ao pronunciamento de Jerome Powell nesta tarde. O presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) poderá dar pistas sobre os próximos passos do ajuste monetário que está em curso para enfrentar a maior inflação no país em quatro décadas.

O ponto central em debate é o ritmo de elevação das taxas dos juros básicos da economia do país, que desde o início da pandemia estão perto de zero. A política monetária frouxa foi adotada no momento em que a paralisação de atividades para enfrentar a transmissão da Covid impunha a necessidade de estimular crédito e geração de empregos.
Agora, os juros precisam subir porque dificultar o crédito é uma das formas de tirar dinheiro do mercado e, assim, esfriar a inflação.

Também seguem no radar do mercado as ações da Rússia, que posiciona tropas em regiões fronteiriças da Ucrânia. Uma invasão poderia desencadear um conflito diplomático e, até mesmo, militar envolvendo Estados Unidos e outras potências econômicas.

A Rússia é um dos maiores produtores de petróleo, cujo preço ronda o patamar mais alto em mais de sete anos. Os rumos do embate podem resultar em escassez, o que pode significar valorização da commodity e alta nos combustíveis. Seria mais um impulso à inflação global.

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