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Economia

Azul e Gol firmam acordo para compartilhamento de seus voos

As conversas sobre a fusão das duas companhias apareceram pouco tempo depois de a Gol entrar em processo de recuperação judicial

Redação Jornal de Brasília

24/05/2024 20h34

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Em meio a expectativas de uma possível fusão de suas operações, as companhias aéreas Azul e Gol anunciaram ontem um acordo de cooperação comercial que vai conectar as suas malhas aéreas no Brasil por meio de um “codeshare” (compartilhamento de voos). A parceria inclui as rotas domésticas exclusivas, ou seja, operadas por apenas uma das duas empresas.

O acordo envolve também os seus programas de fidelidade, permitindo que membros do Azul Fidelidade e do Smiles acumulem pontos ou milhas no programa de sua escolha ao comprar bilhetes para os trechos incluídos no codeshare.

As conversas sobre a fusão das duas companhias apareceram pouco tempo depois de a Gol entrar em processo de recuperação judicial nos Estados Unidos – em 25 de janeiro a Gol apresentou um pedido de recuperação judicial à Justiça dos Estados Unidos, que foi acatado pelo Tribunal de Falências de Nova York no dia seguinte. Em dezembro de 2023, a empresa acumulava dívidas de R$ 20,17 bilhões.

Uma eventual fusão com a Azul seria baseada em uma troca de ações com a Abra Group, controladora da Gol. Em março, a Azul contratou dois assessores financeiros, o Guggenheim Securities, banco de investimento da Guggenheim Partners, e o Citigroup, para tocarem as negociações.

‘Fã da consolidação’

Questionado sobre a possibilidade de fusão entre as duas companhias no últimos dia 13, durante a apresentação do balanço, o presidente da Azul, John Rodgerson, disse que não poderia entrar em detalhes: “O processo ainda está em andamento”, disse. O executivo acrescentou que, apesar de a Azul estar focada na sua operação atual, “sempre foi fã da consolidação do mercado de aviação”, como forma de melhorar as condições de preço e operacionais.

Em relação a possíveis questionamentos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre o negócio, Rodgerson afirmou que não seria possível analisar e comentar sobre algo que “ainda não está na mesa”. Na mesma ocasião, ele disse que, se por um lado a Gol e a Latam têm uma sobreposição de quase 100% na malha aérea, a da Azul é de 20%, com operações exclusivas em diferentes Estados.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Azul avalia que o acordo vai trazer enormes benefícios para os clientes. “Com a malha altamente conectada da Azul servindo à maioria das cidades no Brasil e a forte presença da Gol nos principais mercados brasileiros, nossas ofertas complementares vão oferecer aos clientes uma ampla opção de viagem”, diz a companhia.

Codeshare

Segundo as empresas, os consumidores poderão se beneficiar do compartilhamento de voos a partir do final de junho, quando a oferta estará disponível nos canais de vendas de ambas as empresas. Azul e Gol têm cerca de 1.500 decolagens diárias. O acordo vai criar mais de 2.700 oportunidades de viagens com apenas uma conexão, dizem as empresas. “A Gol já oferece mais de 60 acordos comerciais diferentes com muitas companhias aéreas parceiras globais e estamos ansiosos para expandir esse benefício dentro do Brasil também”, destacou a Gol no comunicado

Fundada em 2001, a Gol mantém alianças comerciais com a American Airlines e a Air France-KLM, e disponibiliza aos clientes diversos acordos de codeshare e interline. A companhia conta com uma equipe de 13,7 mil profissionais da aviação e opera uma frota padronizada de 142 aeronaves Boeing 737.

A Azul oferece 1 mil voos diários para mais de 160 destinos. Com uma frota operacional de mais de 180 aeronaves e mais de 16 mil tripulantes, a companhia opera uma malha de 300 rotas diretas.

Estadão Conteúdo.

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