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Economia

Ações da Eletrobras têm forte queda após renúncia de presidente

Às 14h05, os papéis ordinários da Eletrobras caíam 3,57%, a R$ 35,10, enquanto os preferenciais recuavam 3,53%, a R$ 39,53

Redação Jornal de Brasília

15/08/2023 14h32

Foto: Agência Brasil

Marcelo Azevedo
São Paulo, SP (Folhapress)

As ações da Eletrobras registravam forte queda na tarde desta terça-feira (15) após o então presidente da companhia, Wilson Ferreira Junior, ter renunciado ao cargo na noite de segunda (14). Analistas afirmam, porém, que, apesar da troca repentina, a nova gestão deve manter a empresa numa direção positiva.

Às 14h05, os papéis ordinários (sem direito a votos) da Eletrobras caíam 3,57%, a R$ 35,10, enquanto os preferenciais (com direito a votos) recuavam 3,53%, a R$ 39,53.

Na segunda, a Eletrobras informou que Wilson Ferreira Junior apresentou ao conselho de administração a sua renúncia ao cargo de presidente da companhia, e que Ivan de Souza Monteiro, que presidia o colegiado, ocupará o posto.

A saída de Ferreira Junior ocorre num momento de atritos da companhia com o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se opôs à privatização da companhia e tenta ampliar o poder da União em sua gestão.

O anúncio também surpreendeu o mercado. Analistas do Itaú BBA afirmaram que a empresa parecia estar mais organizada, com uma estratégia clara a ser implementada nos próximos anos, e que a troca repentina foi surpreendente, em especial porque Ferreira participou de um evento recente da Eletrobras.

A equipe do banco diz, ainda, que alguns investidores acreditam que a renúncia de Ferreira pode estar relacionada à pressão do governo federal pelo controle da empresa.

Mesmo assim, os analistas afirmam que ainda há boas perspectivas para a companhia. “Embora acreditemos que a gestão de Ferreira fará falta, a Eletrobras conta com uma estratégia clara para criar valor nos próximos anos e uma boa equipe de gerenciamento para implementá-la”, diz a equipe do Itaú.

O BTG Pactual também descreveu a troca na empresa como uma “completa surpresa”, citando que o ex-presidente da Eletrobras participou, no mesmo dia de sua renúncia, de uma reunião promovida pelo banco. Os analistas também citam pressão política do governo e desavenças de Ferreira com o conselho de administração como possíveis causas para a renúncia.

Apesar de lamentarem a saída de Ferreira, os analistas do BTG também projetam que a Eletrobras deve manter seu potencial de valorização.

“Monteiro também é muito estimado, tendo ocupado posições-chave como no Banco do Brasil e no Credit Suisse. Esperamos que o novo presidente, junto com a nova equipe de gerenciamento, continue na direção certa”, diz o banco.

Pessoas que acompanham a Eletrobras contam que Ferreira Jr. vinha tendo uma relação difícil com integrantes do conselho em relação à qual seria a melhor estratégia para o futuro da companhia, especialmente com o governo.

Nesse aspecto, Ivan Monteiro, que participou de gestões petistas, teria melhor trânsito. Ele foi vice-presidente do Banco do Brasil e, depois, diretor financeiro da Petrobras durante o governo Dilma Rousseff (PT).

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