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CPI dos crimes ambientais é protocolado na Câmara dos Deputados

A medida acontece um dia após a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, identificar a “gravidade incontestável” nas acusações feitas pela Polícia Federal contra Salles e cobrar apuração do Procuradoria-geral da República.

Marcus Eduardo Pereira

28/04/2021 20h41

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Ambientais cometidos na gestão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles foi protocolizado na Câmara dos Deputados na tarde desta quarta-feira (28). A coleta das assinaturas parlamentares iniciaram e precisam chegar ao número de 171 para a instalação da Comissão.

A medida acontece um dia após a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, identificar a “gravidade incontestável” nas acusações feitas pela Polícia Federal contra Salles e cobrar apuração do Procuradoria-geral da República.

No documento, os parlamentares listam diversos ilícitos que teriam sido cometidos pelo ministro à frente do Ministério do Meio Ambiente e que precisam ser apurados pela Comissão:

Aliança com madeireiros ilegais

O documento pede a investigação de notícia-crime em que Salles é acusado de tentar atrapalhar as investigações da maior apreensão de madeira ilegal do Brasil.

Desmonte da fiscalização e Desmatamento descontrolado

O requerimento relata fatos, condutas e portarias que resultaram na fragilização da fiscalização ambiental e como consequência tiveram como resultado uma explosão do desmatamento no Brasil.

Conluio com garimpeiros ilegais

O pedido relembra a suspeita de que após uma reunião entre o ministro Ricardo Salles com garimpeiros e indígenas supostamente favoráveis ao garimpo ilegal, houve suspensão da fiscalização no Oeste do Pará por dois dias. Este intervalo teria sido suficiente para a ocultação do maquinário utilizado para devastar florestas da região. Os parlamentares pedem a investigação deste fato.

MPF investiga se avião da FAB foi usado para levar garimpeiros ilegais do PA para reunião com Salles em Brasília
O documento também relata que uma aeronave da FAB chegou a ser solicitada para dar apoio a uma operação do Ibama contra o crime de garimpo ilegal cometido nas terras indígenas Munduruku e Sai Cinza. Não somente tal operação não aconteceu, como também o avião teria sido utilizado para transportar os mineradores ilegais até Brasília. Agora, os parlamentares querem investigar se houve a prática de improbidade administrativa pelo ministro.

Incêndios florestais no Pantanal e o dia do fogo na BR 163 – inércia, omissão e conivência

Os deputados querem investigar a omissão do governo federal nos episódios dos incêndios da Amazônia e do Pantanal ocorridos em 2020.

Por fim, os deputados enxergam com enorme preocupação a atual gestão ambiental de Jair Bolsonaro e avaliam que os impactos desta política podem resultar em perdas irreparáveis para o Brasil. As preocupações vão desde isolamento do Brasil em questões ambientais no cenário internacional a perdas econômicas por restrições aos produtos brasileiros marcados com o selo do desmatamento ilegal.

“Ricardo Salles age como um verdadeiro antiministro do Meio Ambiente, fragilizando a fiscalização ambiental e defendendo autores de crimes ambientais. Enquanto isso, o Brasil se torna pária mundial, à medida que a economia verde se torna tema central nos outros países. Ou damos uma guinada radical em nossa política ambiental, identificando as condutas criminosas até aqui praticadas para que elas não voltem a acontecer, e os responsáveis sejam punidos, ou vamos sentir os impactos desse desastre por décadas. Por isso, nós, da Oposição, queremos que seja instalada essa CPI.”, afirmou Alessandro Molon, do PSB-RJ.

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