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Carnaval: vendedores ambulantes são mais afetados

De acordo com o Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes no DF, cerca de 2000 ambulantes trabalham nessa festa anualmente na capital

Redação Jornal de Brasília

11/02/2021 6h03

Carnaval de prejuízo para o comércio

Sem festas, negócios que lucravam nesta época do ano enfrentam dificuldades financeiras

Mayra Dias e Vítor Mendonça
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Conforme salienta o especialista em economia, no carnaval, o setor mais afetado, no entanto, foi o do comércio ambulante. “Acredito que eles sejam os mais prejudicados”, observa César. De acordo com a Vice-Presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes no DF (Sinvamb DF), Cristiane Carvalho, cerca de 2000 ambulantes trabalham nessa festa anualmente na capital.

“Creio que a população e as empresas não esperavam que a questão da pandemia se estenderia por tanto tempo, trazendo tantos prejuízos”, relata a representante.

Cristiane explica que, o ramo de eventos, no geral, trabalha de forma interligada, e sem os produtores de evento trabalhando, não há como os ambulantes venderem seus produtos. “O Carnaval sempre é um acontecimento que atende várias pessoas. A média que eu arrecadava em um dia de festa chegava a ser um salário mínimo como renda adicional”, relembra a Vice-presidente, citando sua experiência pessoal como vendedora ambulante. Ela sintetiza que, nesta época, os itens mais vendidos são, disparadamente, as bebidas alcóolicas, brinquedos, churrasquinhos e outras comidas rápidas.

“Lucro em Vidas”

A Secretaria de Cultura do DF, que todos os anos organiza as festas carnavalescas, não fará nenhum investimento na data neste ano, uma vez que os eventos nos bloquinhos e outras atrações artísticas e culturais não serão realizadas.

“Reconhecemos e entendemos que a perda financeira será enorme, sobretudo para aquelas pessoas que sobrevivem do recesso do Carnaval, como os ambulantes. Não dá para dimensionar”, afirmou o secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues.

“Mas o lucro de vidas é mais importante. Nossa preocupação está sendo de poupar. A pandemia está aí, a vacinação segue, mas ainda é um percentual muito pequeno e, como temos responsabilidade, não queremos ter qualquer tipo de atividade que possa representar mais na frente um prejuízo irreparável. A economia a gente recupera”, disse o chefe da pasta.

R$ 4 milhões em 2020

No ano passado, foram investidos mais de R$ 4 milhões nas comemorações carnavalescas por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). Neste ano o gasto será nulo, de acordo com Bartolomeu. Ao Jornal de Brasília, o secretário afirmou que estão “trabalhando em outras frentes” e que o recurso será “aplicado em outros editais de apoio à cultura”, que estão em estudo e devem ser lançados a partir do fim de abril e durante o ano.

“Pedimos a compreensão de todos. Não iremos fomentar qualquer tipo de atividade carnavalesca esse ano – é um momento ainda de cautela. Não dá para pensarmos em aglomerações que o Carnaval fatalmente provoca. Não existe nenhum protocolo que garanta a segurança na festividade. Infelizmente, essa é a realidade”, destacou. “O vírus é implacável e temos que apostar na vacina e na colaboração de todos”.

Carnaval: criatividade para se reinventar

Para que os comerciantes passem por essa fase de folia em tempos de pandemia, o conselho do presidente da Corecon DF é ter criatividade. “Os comerciantes registrados podem optar pela venda Delivery, ou também recorrer à internet para fazer suas vendas. É necessário ter criatividade no momento”, sugere. César destaca também que, algumas instituições financeiras, como o Banco de Brasília, estão fornecendo créditos que podem ajudá-los a passar pelo momento de sufoco.

“Comerciantes que têm registro, seu estabelecimento regular, podem recorrer a créditos que estão sendo fornecidos pelas instituições financeiras, como o Banco de Brasília”, explica o economista.

Se reinventar, foi exatamente o que Rener Leite fez. O empresário compartilha que, ao esperar que o cancelamento das festas carnavalescas fosse acontecer, ele redirecionou o foco do seu serviço. “Usei meus trios elétricos para atender as demandas do comércio, divulgando empresas como lojas de colchões, shoppings center, além de atacadistas e feiras populares”, completa.

Kamylla e Mariana, também foram atrás de formas de diminuir o prejuízo, apostando, por sua vez, na compra de menos itens com os fornecedores.

“Vimos que realmente não iriam haver os blocos e festas com grandes aglomerações, então diminuímos as compras de diversos produtos”, afirmam as proprietárias da casa de festa.

Se tratando dos ambulantes, no entanto, encontrar uma saída é um pouco mais difícil. Para os autônomos, César Bergo sugere uma revisão das atividades. “Muitos deles faziam vendas que os sustentam ao longo de todo ano, até o próximo carnaval. O melhor, nesta situação seria buscar uma atividade que possa ser realizada durante esse período de dificuldade, até que ele passe”, aconselha.

Ao ser questionado sobre a fiscalização nesse período, mesmo sem as comemorações, o DF Legal informou que fará parte da equipe de força-tarefa que envolverá diversos órgãos de fiscalização e de segurança. Serão nove equipes distribuídas das 8h às 3h, entre os dias 12 e 17 para fiscalizar bares, restaurantes, clubes recreativos e festas clandestinas.

Ainda de acordo com a entidade, as normas a serem seguidas pelos estabelecimentos são as mesmas previstas nos decretos, como aferição de temperatura, oferta de álcool em gel, distanciamento entre as mesas, ocupação máxima de 50% do espaço, uso obrigatório de máscara, etc. A multa para o não cumprimento das normas sanitárias é de R$ 3.628,00, e a penalidade para quem fazer o uso correto de máscara dentro do local é de R$ 4 mil e de R$ 2 mil para os clientes que descumprirem a condição.

 

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