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Brasil

Variante delta já foi detectada em todas as regiões da capital paulista, diz prefeitura

A gestão Ricardo Nunes (MDB) não informou, porém, se há concentração de pacientes com a cepa em bairros da capital

Redação Jornal de Brasília

04/08/2021 18h24

Foto: Shannon Stapleton / Reuters

Luca Castilho e Alexandre de Aquino 
FolhaPress

A Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde), da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, afirmou nesta quarta-feira (4) que casos da variante delta do coronavírus já foram detectados em todas as regiões do município. A gestão Ricardo Nunes (MDB) não informou, porém, se há concentração de pacientes com a cepa em bairros da capital.

Mais cedo, a pasta afirmou que a capital paulista conta com 50 diagnósticos para a nova variante e que as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) estão investigando. A confirmação foi feita na terça pelo Instituto Butantan. “A vigilância é feita por amostragem, com análise de amostras coletadas em todas as regiões, com o intuito de saber a distribuição percentual de quais variantes estão circulando na cidade ao longo do tempo”, diz.

Além do Instituto Butantan, a secretaria também mantém parceria com o Instituto de Medicina Tropical da USP (Universidade de São Paulo) e possui a vigilância do laboratório estadual do Instituto Adolfo Lutz. Semanalmente, cerca de 600 amostras são enviadas aos respectivos laboratórios. O objetivo do trabalho é identificar quais cepas circulam pela cidade. A ação com os laboratórios foi iniciada em abril de 2021.

O primeiro caso da variante delta no município foi confirmado em 7 de julho. O paciente é um homem de 45 anos que mora no Belenzinho (zona leste) e que, segundo ele, trabalha em casa e não teve contato com pessoas que voltaram de viagem. Após monitorar cerca de 40 pessoas que tiveram contato com a família do paciente, a secretaria concluiu que já havia transmissão comunitária na cidade da cepa.

Por causa da variante, a secretaria instalou barreiras sanitárias nos terminais rodoviários da capital e no aeroporto de Congonhas (zona sul) para monitorar passageiros que chegam à cidade. Além do monitoramento da variante, a prefeitura disse que desde terça o paciente sintomático e pessoas que moram com ele passaram a receber um kit com cartilha sobre cuidados no isolamento domiciliar e máscara do tipo N95.

Ao todo, a secretaria afirmou que já distribuiu 500 mil máscaras para as unidades de saúde entregarem aos pacientes que são atendidos e acompanhados pela rede de atenção básica, com monitoramento por 14 dias, avaliação clínica e oximetria, seguindo todos os protocolos de exames de acordo com a recomendação técnica.

A pasta disse que as medidas de controle e orientações para os casos suspeitos de Covid-19 são as mesmas para qualquer variante que estiver circulando, como o uso de máscara cobrindo nariz e boca, distanciamento mínimo de um metro entre as pessoas, higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel e evitar aglomerações.

“A falta de uso de máscara torna a situação mais grave ainda. Estava muito alto [o número de transmissões] e quando dá uma diminuída as pessoas ficam mais felizes, mas estamos com um pico parecido com o do ano passado. Ainda estamos com altos índices de transmissão. E naquela época ainda estava tudo fechado, agora está tudo aberto”, afirmou o infectologista Marcos Boulos, que faz parte do Comitê de Contingência que ajuda o governo do estado no combate à pandemia.

“Pessoas com casos suspeitos de síndrome gripal devem procurar uma unidade de saúde para avaliação clínica e investigação laboratorial. Os casos devem ficar em isolamento por no mínimo 10 dias e seus contatos próximos devem fazer quarentena de 14 dias”, afirma a prefeitura.

A variante delta do coronavírus Sars-CoV-2 (anteriormente chamada de B.1.617.2) foi primeiramente identificada na Índia em outubro de 2020 e é apontada como a principal responsável pelo surto de Covid-19 que atingiu o país asiático no início deste ano.

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