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Brasil

Servidores da área de segurança protestam contra o governo Zema em BH

Os policiais acusam o governo de não cumprir acordo para recomposição por perdas inflacionárias fechado em 2019

FolhaPress

21/02/2022 15h53

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Leonardo Augusto
Belo Horizonte, MG

Com autorização do comando da Polícia Militar de Minas Gerais para participação de agentes da ativa, servidores das forças de segurança do estado fazem protesto por reajuste salarial contra o governo de Romeu Zema (Novo) nesta segunda-feira (21) em Belo Horizonte.

Os policiais acusam o governo de não cumprir acordo para recomposição por perdas inflacionárias fechado em 2019. A manifestação, além de policiais militares da ativa, reúne policiais civis e agentes penitenciários.

O acordo previa aumentos de 13% em julho de 2020, 12% em setembro de 2021 e 12% em setembro de 2022. Entre as vencidas, o governo pagou apenas a referente a de 2020.

Bombas e foguetes foram lançados pelos agentes de segurança na concentração do protesto, na Praça da Estação, região central da capital, na manhã desta segunda-feira (21).

Manifestantes de cidades como Governador Valadares (Leste), Ipatinga (Leste), Manhuaçu (Zona da Mata) e Divinópolis (Centro-Oeste) estavam entre os participantes do protesto. “A manifestação de hoje é o primeiro passo. Os próximos vão depender do comportamento do governador Zema”, afirmou um dos policiais militares da ativa presentes no ato contra o governo Zema.

O policial, que é de Manhuaçu, não quis se identificar. “A gota d’água chegou”, disse. Os policiais militares da ativa que estavam na manifestação não usavam farda.

Um comunicado às tropas divulgado no fim de semana pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, tratou a manifestação como “evento legítimo, inclusive com a participação de quem ombreia na ativa ou ombreou o bom combate e estabeleceu alicerces para estarmos onde estamos”.

Nota da Policia Militar de Minas Gerais, sobre o protesto de policiais nesta segunda-feira (21) em Belo Horizonte; documento é assinado pelo coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, comandante da PM de Minas Gerais. Divulgação Ao mesmo tempo, o coronel pediu comedimento durante o protesto. “Cuidemos para que nenhuma ação retire o brilho do respaldo que nossa instituição conquistou até hoje, inclusive como patrimônio do povo mineiro”.

Em outra nota, divulgada depois do posicionamento do comandante da corporação, a assessoria de imprensa da PM disse que o comunicado emitido pelo coronel tem como objetivo trazer tranquilidade para a população. “O comando da PMMG reconhece que a manifestação é legítima, inclusive prevista na Constituição Federal, e pede aos policiais militares da ativa, que estejam de folga e de férias, e os da reserva para que o ato seja pacífico e não traga nenhum transtorno para o povo mineiro (…)”. O governo de Minas, também em nota, disse que somente com a entrada do estado no plano nacional de recuperação fiscal, que prevê renegociação de dívida com a União, permitirá “nova recomposição dos salários dos profissionais de segurança”.

A entrada do estado no plano precisa passar pela Assembleia, o que não tem prazo para ocorrer.

Os manifestantes seguiram em passeata para a Praça Sete, também na região central da capital. Os dois sentidos da avenida Afonso Pena tiveram trânsito interrompido com reflexos no fluxo de veículos em toda a região central.

A Polícia Militar do estado não faz estimativa de público presente em manifestações públicas.

A expectativa dos organizadores é que o protesto reúna cerca de 20 mil integrantes das forças de segurança do todo o estado.

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