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Brasil

Sem cumprir meta, Mourão diz que redução do desmatamento deve ser muito irrisória

O Prodes, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), produz as taxas anualizadas de desmatamento por corte raso na Amazônia

Redação Jornal de Brasília

02/08/2021 13h18

O vice-presidente Hamilton Mourão durante entrevista coletiva após reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal.

Ricardo Della Coletta
FolhaPress

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nesta segunda-feira (2) que a redução do desmatamento anual na Amazônia do atual ciclo deve ser “muito irrisória” e que o país não deve conseguir atingir a meta de diminuir a atividade em 10%, como ele havia anunciado.

“Fechou o ciclo [medido pelo Prodes] no dia 31 de julho. Provavelmente não vou cumprir aquilo que eu achava que seria o nosso papel, de chegar a 10% de redução [do desmatamento]. Acho que vai dar na faixa de 4 a 5% [de redução]. É uma redução muito pequena, muito irrisória, mas já é um caminho andado”, disse o vice, ao chegar ao gabinete da vice-presidência, em Brasília.

O Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), produz as taxas anualizadas de desmatamento por corte raso na Amazônia. A apresentação oficial da estimativa dos dados ocorre no final do ano.

A expectativa de Mourão era registrar uma diminuição mais significativa do desmatamento no bioma para enviar um sinal de compromisso do governo Jair Bolsonaro (sem partido) com o combate a ilícitos ambientais. O avanço da desflorestação se converteu no principal problema para Bolsonaro na arena internacional, com EUA e países europeus pressionando o Brasil por maior comprometimento nessa área.

A meta, no entanto, encontra obstáculos na retórica antiambiental de Bolsonaro e no enfraquecimento de agências ambientais, Ibama e ICMBio. No final de junho, Bolsonaro renovou por mais dois meses a operação de emprego de militares na Amazônia para o combate a crimes ambientais. O prazo da chamada GLO (Garantia da Lei e da Ordem) vai até 31 de agosto.

O governo Bolsonaro tem recorrido às Forças Armadas para ações de fiscalização na Amazônia desde a onda de queimadas registrada no bioma em 2019. Até este ano, as pressões internacionais vinham principalmente da Europa, mas a situação mudou com a chegada de Joe Biden ao governo dos EUA, em janeiro.

Biden colocou o combate às mudanças climáticas como prioridade de sua agenda e se juntou aos europeus nas gestões junto ao Brasil para conseguir uma redução no desmatamento. Questionado nesta segunda, Mourão disse que no momento não é necessário uma nova prorrogação da GLO.

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