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Brasil

Polícia tenta identificar hackers que ameaçaram judeus durante evento virtual no Rio

Hackers com perfis nazistas postaram ameaças aos judeus, em frases como “Vou entrar em sinagogas e matar todos para ver o sofrimento de vocês, judeus imundos”

Redação Jornal de Brasília

24/08/2021 7h04

Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro começou a investigar nesta segunda-feira, 23, um ataque hacker praticado na noite de domingo, 22, durante a transmissão de uma cerimônia promovida pelo colégio Eliezer Max em conjunto com a Sinagoga Associação Religiosa Israelita (ARI), em homenagem a Dora Fraifeld, ex-diretora da escola que morreu recentemente.

Hackers com perfis nazistas postaram ameaças aos judeus, em frases como “Vou entrar em sinagogas e matar todos para ver o sofrimento de vocês, judeus imundos”, “Morte aos judeus” e “Vamos queimar a ARI”, referindo-se à sinagoga a partir da qual o evento era transmitido. Ao mesmo tempo foram postadas imagens do líder nazista alemão Adolf Hitler (1889-1945). Em seguida foi postado um vídeo com cenas de sexo entre um casal.

Cerca de 50 pessoas acompanhavam a cerimônia. Diante da invasão, o administrador do endereço eletrônico cancelou a reunião e abriu um novo link.

O deputado estadual Átila Nunes (MDB), que é relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Intolerância Religiosa na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), levou o fato à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e pediu a abertura de uma investigação para tentar identificar quem são os responsáveis pelo ataque hacker.

Na Câmara Municipal do Rio, a vereadora Teresa Bergher (Cidadania), presidente da Comissão de Direitos Humanos, também cobrou a investigação do caso. “O movimento neonazista vem crescendo assustadoramente. A polícia precisa investigar este caso com rigor, para que os criminosos sejam punidos. O perigo vem bate às nossas portas e estamos assistindo de braços cruzados”, afirmou.

“Está acontecendo um aumento considerável desses crimes. É preciso educação e conscientização para que a sociedade aceite a diversidade. Exigimos a apuração pelas autoridades competentes desse episódio que vitimou a ARI e queremos mais do que isso. Entendemos ser necessário que as autoridades desta cidade, deste Estado e deste País posicionem-se contra o antissemitismo e a perseguição a minorias”, afirmou a Federação Israelita do Estado do Rio (Fierj), em nota assinada pelo presidente da entidade, Alberto David Klein.

A Polícia Civil informou que a Decradi instaurou inquérito para investigar o caso.

Estadão Conteúdo

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