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Brasil

Polícia aguarda perícia em câmeras dentro de apartamento de onde jovem caiu

O caso é investigado como feminicídio

Redação Jornal de Brasília

11/12/2025 10h17

polícia aguarda perícia em câmeras dentro de apartamento de onde jovem caiu

Foto: Reoridução / Câmera de Segurança

EDUARDA ESTEVES
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

Imagens de duas câmeras de segurança instaladas dentro do apartamento de onde uma mulher de 25 anos caiu, na zona sul de São Paulo, podem ajudar a polícia a esclarecer o caso. Maria Katiane Gomes da Silva foi encontrada morta após cair da sacada do prédio onde morava com o marido, Alex Leandro Bispo dos Santos, 40.

Cartão de memória das duas câmeras foram recolhidos pela perícia. Segundo a polícia, uma primeira análise mostrou que o equipamento não registrou imagens no dia da morte de Katiane, em 29 de novembro.

Perícia tenta recuperar imagens do dia da queda. O delegado Pietrantonio Minichillo, à frente da investigação, afirmou que técnicos da Polícia Científica estão avaliando se os registros foram corrompidos, se houve falha ou se o marido da vítima, principal suspeito do crime, tentou apagar as imagens.

Havia duas câmeras na sala do imóvel, segundo a polícia. “Porém o arquivo não mostra a imagem do dia, é como se estivesse corrompido. A perícia técnica está tentando resgatar o material. Não sabemos se ele tentou apagar as imagens, mas acreditamos que não”, explicou o delegado.

Defesa de Alex afirma que ele é inocente. “As imagens de dentro do apartamento demonstram a inocência do cliente e confirmam um acidente. A demora da polícia em divulgar essas imagens é que gerou a prisão temporária que a defesa considera arbitrária”, afirmou o advogado André Marques.

DISCUSSÃO OCORREU APÓS CASAL VOLTAR DE UMA FESTA

Alex é o principal suspeito pela morte de Maria Katiane. Após a morte da esposa, ele viajou até a cidade de Crateús, no Ceará, e foi ao velório. Na época, a morte havia sido classificada pela polícia como acidental.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram o homem chorando abraçado ao caixão. Até então, amigos e familiares acreditavam na versão do suspeito, de que Maria Katiane teria caído de forma acidental.

Suspeito passou uma semana no Ceará antes de voltar para São Paulo. Ele foi preso na terça-feira (9) em sua casa após a polícia ter acesso às imagens de câmeras de segurança do prédio onde o casal morava.
Vídeo mostra que vítima foi agredida minutos antes de cair do apartamento. O caso é investigado como feminicídio.

Nas imagens, ele aparece agredindo a mulher no estacionamento do prédio e, depois, dentro do elevador. A briga teria ocorrido por volta das 5h, após o casal chegar em casa de uma festa.
Primeiro, ele puxa a mulher pela garagem e dá socos nela. Já no elevador, é possível ver o homem discutindo com Maria Katiane e tentando agarrar o pescoço dela. A vítima tenta resistir, mas Alex a puxa para fora e os dois não são mais vistos.

Cerca de um minuto depois, conforme o registro das câmeras, o homem retorna sozinho ao elevador. O vídeo mostra que ele coloca as mãos na cabeça e se senta no chão.

Suspeito negou crime à polícia. O marido afirmou aos policiais que, após a discussão, Maria Katiane teria se trancado no banheiro. Pouco tempo depois, o suspeito afirmou que ouviu um grito e o barulho de queda.

Imagens foram essenciais para a prisão do suspeito. “A análise das imagens das câmeras de segurança mostraram o comportamento muito agressivo da parte dele após voltarem de uma festa”, disse o delegado Pietrantonio Minichillo, à frente da investigação. Alex já esperava ser preso e não reagiu à prisão, disse o delegado.

SUSPEITO TEM HISTÓRICO CRIMINAL

O passado criminal do suspeito é vasto. Em 2003, quando tinha 18 anos, ele foi acusado de envolvimento no sequestro do sobrinho do senador Eduardo Suplicy (PT).

Polícia diz que Alex também já foi investigado e condenado por latrocínio, receptação e roubo. Ele foi preso e cumpriu pena pelos crimes. “Ele tem umas tatuagens que indicam que pode fazer parte de uma facção criminosa, mas ele nega o envolvimento”, afirmou o delegado.

Suspeito não demonstrou arrependimento durante o depoimento. Segundo o delegado, ele nega até as agressões. “Só que as imagens deixam muito claro o que aconteceu”.

Polícia pediu prisão temporária para o suspeito não atrapalhar as investigações. “Para que não haja interferência externa, ele tem histórico criminal e isso poderia causar temor em algumas testemunhas”, concluiu Pietrantonio Minichillo, titular da 89º DP.

EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 -Central de Atendimento à Mulher- e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

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