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Brasil

PM que deu tapa em mãe suspeita de agredir filha admite erro

Agente reconheceu falha em vídeo nas redes sociais. Fabíola disse que, antes de uma farda, há um ser humano sujeito a falhas

Redação Jornal de Brasília

29/04/2024 14h03

Foto: Reprodução

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

A policial militar Fabíola Aniely, que deu tapa no rosto de uma mãe, suspeita de agredir a filha, admitiu o erro na abordagem.

Agente reconheceu falha em vídeo nas redes sociais. Fabíola disse que, antes de uma farda, há um ser humano sujeito a falhas. O vídeo foi publicado no Instagram pela página Fato Vitória, que publica notícias da região. O perfil da militar é privado.

A policial contou que aguarda a investigação aberta pela Corregedoria da PM. O caso foi registrado na sexta (26) em Vitória de Santo Antão (PE).

“Se for punida, eu vou cumprir. Eu vou cumprir porque estamos sujeitos à falha. Eu falhei, porém, atrás de uma farda, existem seres humanos. Enquanto o serviço de segurança pública for efetuado por pessoas e não for substituído por máquinas, robôs ou algo parecido, vai haver falhas, e, por trás de uma farda, existem pessoas, homem, mulher e mãe”, disse Fabíola Aniely.

Militar diz ter sido xingada nas redes sociais. Na gravação, ela contou ainda que tem recebido xingamentos e que, agora, sua maior preocupação é com a saúde da criança que teria sido espancada pela mãe.

“Minha maior preocupação não é o engajamento, não é a quantidade de xingamento que eu estou recebendo, não é se eu vou ser punida ou não. A minha principal preocupação é a saúde da criança, como é que ela está, porque ela sofreu agressões físicas e principalmente psicológicas”, diz trecho do vídeo publicado por Fabíola Aniely.

A policial foi filmada dando um tapa no rosto da mãe da criança. Mulher é suspeita de agredir a própria filha, de 11 anos, em Vitória de Santo Antão, cidade localizada a cerca de 50 quilômetros de Recife.

Mãe, de 27 anos, chega com a menina machucada ao Hospital João Murilo de Oliveira. Uma pessoa avisa sobre as condições da menina e a policial manda a genitora soltar o braço da criança. “Foi tu que fizeste isso?”, questiona a PM, dando um tapa no rosto da mulher na sequência. É possível ouvir o barulho da mão da agente atingindo o rosto da suspeita.

A policial continua: “Foi tu que fizeste isso? Foi tu que fizeste isso com ela? Foi? Pronto. Você não gosta de bater né? Você não gosta?”. Então, a PM rende a suspeita e, com a ajuda de outro policial militar, coloca as algemas nela.

Mãe foi presa em flagrante. Conforme a PM, ao chegar à unidade hospitalar, o efetivo percebeu que a mãe não deixava a criança desembarcar do veículo, momento em que ela foi contida, presa e conduzida para a delegacia de Vitória de Santo Antão.

POLÍCIA FOI ACIONADA POR VIZINHOS

Outro vídeo mostra a criança ferida recebendo o auxílio de vizinhos antes de ser levada ao hospital. No registro que circula nas redes sociais, é possível ver que as pernas, braços e rosto dela estão machucados e com marcas roxas. A garota diz que sua perna está “dormente”. Em outro trecho, duas mulheres aparecem a segurando pelos braços, enquanto ela anda com dificuldade até o carro que a levaria ao hospital.

Antes de levar a menina ao hospital, mãe tentou se justificar em discussão com as vizinhas. “Estão preocupados com a saúde dela agora, é? Porque ninguém veio perguntar como está se passando a minha vida aqui na minha casa. Aí na hora que eu faço uma ‘negócia’, isso com a minha filha, aí vem vizinho, papagaio e periquito aqui tentar ajudar. Não se preocupe”, falou.

Policiais militares do 21ºBPM foram acionados pelas vizinhas para atender a ocorrência. Segundo a PM, no deslocamento do efetivo, um popular informou que a criança já estava sendo levada para um hospital da região. Os agentes, então, se deslocaram para a unidade de saúde.

Investigação foi aberta para apurar tapa no rosto da mãe. A PM esclareceu que, sobre a conduta da policial militar, o comandante do batalhão abriu uma investigação para apurar as circunstâncias da abordagem policial e tomar as providências necessárias.

A Polícia Civil de Pernambuco informou que o caso foi registrado como lesão corporal por violência doméstica. Na delegacia, a mulher foi autuada em flagrante delito e, após a aplicação dos procedimentos administrativos, encaminhada para audiência de custódia.

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