Menu
Brasil

Pai de Henry desconfiou de agressões: “Não é coisa da minha cabeça”

Garoto chegou a contar ao pai sobre os crimes: “O tio me machuca”

Redação Jornal de Brasília

09/04/2021 7h58

Pai do garoto Henry Borel Medeiros, o engenheiro Leniel Borel chegou a desconfiar que o filho sofria maus-tratos cometidos pelo padrasto, o vereador Dr. Jairinho. Henry faleceu no dia 8 de março, e Jairo foi preso na manhã de quinta-feira (8), um mês após o crime. A mãe de Henry, a professora Monique Medeiros, também foi presa.

Leniel conta ao jornal O Globo que, em uma ligação no fim de semana de fevereiro, Henry contou que “o tio” machucava. O tio é o padrasto, Dr. Jairinho. “Ele atendeu todo tristinho. Eu perguntei o que houve. Ele me disse: ‘Papai, eu não quero ficar na casa nova da mamãe’. Eu perguntei o que tinha acontecido, e ele respondeu: ‘O tio me machuca’.”

“Ele estava perto da avó e da babá. Aí eu disse: ‘Vocês estão vendo aí que não é coisa da minha cabeça? Vocês não falam que sou eu que estou manipulando o Henry para falar isso?’, lembra Leniel.

No mesmo dia, Leniel e Monique se falaram pelo telefone. “Ela me ligou para dizer que o Henry estava morrendo de saudades de mim. Eu disse que também estava e que iria buscá-lo no fim de semana. Aí ela me disse que o Henry contou que o “tio” machucava ele. Eu comentei que havia acabado de falar isso com mãe dela. Ela, então, falou: ‘Tira isso da cabeça que isso não acontece. Inclusive, a Thayná só sai quando eu pego o Henry. Ele passa poucos momentos em contato com Jairinho, porque ele chega muito tarde da Câmara. Ele nem tem contato com ele’. Aí eu disse que, a partir do momento que eu visse uma marca no meu filho, a nossa conversa seria diferente”, relembra o pai de Henry.

A partir daí, Leniel começou a cobrar respostas da mãe de Henry sobre as declarações. Monique, por sua vez, dizia que era invenção da cabeça dele porque ele não queria ter mudado para a casa nova. “A busca pela psicóloga parecia ser a solução. Eu fui na primeira sessão com ela. Eu pensei: ‘Beleza, ele (Henry) não falou comigo, mas vai falar com a psicóloga’. Em nenhum momento ela falou que ele tinha comentado sobre agressão.”

"Hoje eu acho que ele foi coagido a não falar o que acontecia lá. Ele pode ter sido coagido."

Leniel Borel, pai de Henry

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado