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Brasil

Padre do RJ detido por importunação sexual vai para prisão domiciliar

Ele estava preso preventivamente após um pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro

Redação Jornal de Brasília

10/04/2024 21h50

Foto: Reprodução

ISABELLA MENON
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O padre Alexandre Paciolli, 55, preso no último dia 3 em Fortaleza, foi encaminhado para prisão domiciliar nesta quarta-feira (10).

Ele estava preso preventivamente após um pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro, que o denunciou por importunação sexual e estupro. A reportagem tentou contato com a defesa de Paciolli na noite desta quarta, mas não obteve retorno.

A defesa de Paciolli havia solicitado a prisão domiciliar alegando que o padre necessita de repouso, cuidados de higiene e fisioterapia devido a uma cirurgia de grande porte realizada no dia 20 de março, e a juíza Simone Dalila Nacif Lopes acatou o pedido.

Na decisão, a magistrada afirma que, apesar de o acusado responder por crime grave, “supostamente praticado mediante abuso de fé alheia, o fato não tem capacidade de gerar sua prisão preventiva de forma automática”.

“Diante da gravidade do procedimento realizado no requerente, a prisão deve ser convertida em domiciliar, aplicando-se o princípio humanitário constitucional”, afirmou a juíza. A reportagem também teve acesso ao alvará de soltura expedido no início da noite desta terça.

Agora em prisão domiciliar, o padre precisa seguir cinco medidas cautelares: comparecimento mensal ao juízo de sua residência para justificar e comprovar o endereço; fica proibido de se ausentar da região em que vive sem autorização prévia; deve comparecer a todos os atos judiciais com cópia da decisão; deve apresentar mensalmente um relatório médico detalhado e atualizado que ateste o estado de saúde; fica proibido manter contato com a vítima e testemunhas por qualquer meio de comunicação.

No caso do descumprimento de alguma das medidas impostas, o padre poderá novamente ser preso preventivamente.

Procurado, o Me Too Brasil disse lamentar a concessão da prisão domiciliar para o líder religioso. A ONG, que acompanha a mulher que fez a denúncia, afirma que a medida “prejudica o bem-estar emocional e psicológico da vítima, colocando-a em risco de intimidação, e alerta para a possibilidade de fuga do acusado”.

Paciolli exerceu funções como reitor da Igreja da PUC-RJ e foi responsável pela Igreja de São José, na zona sul do Rio, além de ter sido apresentador de programas na TV Canção Nova. Após a prisão, ele foi afastado pela Arquidiocese do RJ, e a PUC-RJ criou uma comissão para receber denúncias contra o padre.

O religioso é suspeito de ter cometido os crimes contra uma mesma mulher em agosto de 2022 e janeiro de 2023, em Nova Friburgo. A denúncia foi feita pela Promotoria de Justiça de Investigação Penal da cidade.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o padre aproveitava a ingenuidade e a fé da vítima para praticar atos libidinosos. “Tendo o denunciado como seu sagrado protetor, (a vítima) não conseguiu oferecer resistência”, diz a Promotoria.

Eventuais vítimas do religioso são orientadas a procurar o Ministério Público do Rio de Janeiro para que novas investigações sejam realizadas.

O Me Too Brasil afirma que também está disponível para ajudar outras possíveis vítimas de Paciolli com suporte jurídico, psicológico e socioassistencial, por meio do telefone 0800 020 2806 ou no site da organização.

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