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Brasil

Operação contra tráfico de mulheres envolve MC Mirella e Núbia Ólliver

Mirella é vítima do grupo criminoso e depôs enquanto testemunha. Já Núbia estaria envolvida com o líder da organização

Redação Jornal de Brasília

03/05/2021 8h17

Os desdobramentos da operação Harém BR, da Polícia Federal, envolvem os nomes da funkeira MC Mirella e a modelo Núbia Ólliver nas investigações. MC Mirella seria vítima, tendo sido aliciada quando ainda menor de idade; já Núbia é acusada de ser associada à organização criminosa que promovia o tráfico internacional de mulheres.

O grupo criminoso aliciava mulheres, fotografá-las e as enviava para países como Estados Unidos, Paraguai, Bolívia, Catar e Austrália. Algumas delas eram menores de 18 anos.

Uma das vítimas seria MC Mirella. A funkeira foi chamada no domingo (2) para depor na condição de vítima e testemunha contra o grupo criminoso. A defesa dela ressalta que “não existe qualquer investigação ou acusação contra Mirella” e que “ela já contribuiu com seu testemunho”.

O líder do grupo seria o empresário Rodrigo Cotait. Reportagem do Fantástico aponta que Cotait aliciava e fotografava as mulheres. Ele possuía uma empresa de maquiagem e usava o empreendimento para intermediar o esquema, segundo as investigações.

Em áudio divulgado pelo Fantástico, Cotait diz: “As meninas que viajam comigo vêm todas na minha casa. Só mando viajar produto de exportação que tem meu selo de qualidade. É o vídeo de acordo com o que eles [clientes] querem ver. Sem produção nenhuma.”

O nome de Núbia Ólliver entra a partir daí. Segundo a PF, ela ajudava o empresário a selecionar as garotas. O Fantástico também divulgou um áudio onde a voz de Núbia aparece. “Te passei umas meninas aí para te ligarem. Essas eu sei que são do Rio [de Janeiro]”, afirmou a modelo em conversa com Cotait. “Você acha que R$ 10 mil a gente consegue cobrar? Aí a gente dá R$ 5 mil para ela e divide R$ 5 mil”, respondeu o acusado.

Em seguida, Núbia pediu para não ser citada nominalmente nas negociações: “Só não usa meu nome, porque como a gente é mais conhecida, não gera fofoca, enfim”. A defesa da modelo não se manifestou sor e as acusações.

Prisões

Na terça-feira passada (27/4), foram presas oito pessoas no âmbito da operação que investiga os crimes. Também foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão. Um dos presos é Rodrigo Cotait. Ele negou o crime. “Eu sou solteiro, então recebo muitas mulheres na minha casa. Não me considero um fora da lei ou bandido.”

Os mandados judiciais foram cumpridos São Paulo/SP, Goiânia/GO, Foz do Iguaçu/PR, Venâncio Aires/RS, Lauro de Freitas/BA e Rondonópolis/MT. Cinco das ordens foram incluídas na Difusão Vermelha da Interpol, mais precisamente no Paraguai, Estados Unidos, Espanha, Portugal e Austrália.

O caso é investigado desde 2019, quando foi desarticulado um grupo de estelionatários que praticava clonagem de cartões de crédito pela internet. A partir dali, identificou-se que algumas das compras feitas pelos estelionatários com cartões clonados foram de passagens aéreas, as quais tiveram como destinatárias duas mulheres que viajaram a Doha, no Catar. Estas mulheres foram identificadas e disseram que receberam as passagens de um homem que as agenciava para a prostituição.

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