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Brasil

O que dizem os candidatos após o adiamento das provas do Enem dos Concursos?

A deputada Erika Hilton (PSOL) se pronunciou sobre o assunto no X (ex-Twitter), concordando com a decisão do governo em adiar o concurso

Redação Jornal de Brasília

03/05/2024 20h11

Esta foto divulgada pela Secretaria de Comunicações do Rio Grande do Sul (Secom) mostra o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (2-R), participando de uma reunião com o governador do Rio Grande do Sul (fora de quadro) na Base Aérea de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil, em 2 de maio de 2024. – Lula da Silva visitou o sul do país na quinta-feira, onde o número de mortos em enchentes causadas por chuvas torrenciais subiu para 13. Enquanto as equipes de resgate continuavam a busca por cerca de 21 pessoas dadas como desaparecidas entre as ruínas de casas, pontes e estradas desabadas, as autoridades do estado do Rio Grande do Sul declararam estado de emergência. (Photo by Mauricio TONETTO / SECOM-RS / AFP)

VICTÓRIA BATALHA E MATHEUS DOS SANTOS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Previsto para ser realizado neste domingo (5), o CNU (Concurso Nacional Unificado) foi adiado após chuvas deixarem quase 39 mortos no Rio Grande do Sul e temporais atingirem Santa Catarina, medida que deixou os candidatos em polvorosa nas redes sociais.

Antes mesmo da ministra Esther Dweck, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, anunciar o adiamento, o debate se dividia entre os que defendem a decisão por questões humanitárias, mas também porque vão ao show da Madonna ou querem estudar mais, e os que terão prejuízos com passagem e hospedagem, e querem o dinheiro de volta.

A deputada Erika Hilton (PSOL) se pronunciou sobre o assunto no X (ex-Twitter), concordando com a decisão do governo em adiar o concurso. A parlamentar também se solidarizou com a população dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Alguns usuários comemoraram o adiantamento para aprofundar estudos; outros, para comparecer ao show gratuito da cantora Madonna, neste sábado (4), na praia de Copabacana, no Rio de Janeiro.

Outros reclamaram porque não puderam ir ao show por conta do concurso e, agora, não farão mais a prova.

Houve também quem destacasse as complicações que o adiamento do concurso pode gerar aos candidatos.

Maria de Fátima, 23 anos, de São Lourenço (MG) iria até Itajubá, também em Minas, para fazer a prova. Ela tem o ensino médio completo, mas não tem ensino superior e vai prestar o concurso para o bloco 8, especificamente para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A viagem de 1h30 seria de carona, mas a hospedagem já estava paga. Maria, no entanto, conseguirá reaver os valores, pois o hotel oferece reembolso.

“O que atrapalha mesmo é o fato de que muitos, assim como eu, abdicaram de algumas coisas, como emprego, para focar 100% nessa oportunidade de uma estabilidade financeira, e esperar mais tempo até a prova, resultado e nomeação dá um certo desânimo.”

Ela concorda com o adiamento por “se tratar de uma catástrofe em que não haveria condição de uma pessoa estar lá para fazer essa prova”. “São vidas e não apenas concorrentes”, diz.

Cristiane Nascimento, 35, ouvidora de Brasília, estava estudando para prestar as carreiras do bloco 8 desde que o edital foi divulgado, em janeiro. Comprou cursos com a Gran Cursos e pretende, agora, fazer revisões até a nova data.

“Eu tinha me programado, mas vou alterar. Inclusive, é melhor para a gente, por um lado. A gente fazer uma revisão, ou se aprofundar mais em assuntos que não estávamos nos sentindo muito seguros.”

Leonardo Ferreira de Carvalho, 29, servidor estadual do Rio de Janeiro, aprovou o adiamento da prova, mas diz que a decisão deveria ter sido tomada desde ontem. “Estava bem visível que as condições não iam melhorar até a data da prova. [O adiamento] foi uma decisão acertada.”

O candidato, que concorre ao cargo de analista técnico de políticas sociais, explica que o adiamento pode prejudicar na preparação. “Nessas últimas semanas, a maioria das pessoas estavam se preparando bastante, inclusive eu. É um pouco frustrante não fazer a prova neste domingo.”

O engenheiro de produção Eduardo José Clementino, 28, de Poços de Caldas (MG), já esperava o adiamento e comemorou que terá mais tempo para estudar. “Terei mais tempo para olhar o conteúdo no qual eu ainda não me sinto confiante.”

Clementino iria realizar a prova em Campinas (SP), a cerca de 160 km de Poços de Caldas. Apesar do adiamento, ele diz que não terá prejuízos financeiros. “Eu consegui cancelar a reserva do hotel no qual eu iria me hospedar sem custos adicionais. E, como eu ia com meu próprio carro, não havia gasto com nenhuma passagem.”

Como ficará o concurso?

Ainda não há uma nova data para a prova. De acordo com a ministra Esther Dweck, a escolha de um novo dia não depende só das condições climáticas e estruturais do Sul do país, mas também de diferentes questões logísticas.

Conhecida como Enem dos Concursos, a seleção já é a maior do país, com 6.640 vagas em 21 órgãos públicos. Ela será aplicada em 228 municípios de todo o país -dez só no Rio Grande do Sul.

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