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No Brasil, ElBaradei diz que <i>foi aberta uma porta para diplomacia</i> com o Irã

Arquivo Geral

05/12/2007 0h00

O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), page Mohamed ElBaradei, afirmou hoje em Brasília que os relatórios dos Estados Unidos sobre a suspensão do programa nuclear militar do Irã abriram uma porta para a diplomacia.

É um sinal de alívio que elimina os sinais de urgência, declarou ElBaradei em entrevista coletiva sobre os relatórios dos serviços de inteligência americanos que asseguram que o Irã suspendeu os planos nucleares bélicos em 2003.

Esses relatórios são um alívio e coincidem com todas as avaliações que a AIEA estava fazendo, declarou o Prêmio Nobel da Paz de 2005.

ElBaradei considerou que, apesar da suspensão de seus planos militares, o Irã agora deverá trabalhar para recuperar a confiança perdida.

Para ele, ainda que o Irã possa se sentir vingado de alguma maneira com esse reconhecimento da inteligência dos EUA, ainda deve esclarecer muitas coisas sobre seu passado, pois o programa nuclear militar suspenso em 2003 foi desenvolvido sem o conhecimento da AIEA.

Ainda há muitas dúvidas sobre o passado que devem ser esclarecidas, insistiu ElBaradei.

Ele ressaltou que os relatórios dos EUA deixam claro que o Irã não deve ser visto como uma ameaça iminente, apesar de o presidente americano, George W. Bush, reiterar que o país continua sendo perigoso.

Segundo ElBaradei, Teerã deve entender agora que precisa trabalhar em estreita colaboração com a AIEA e também que foi aberta uma janela de oportunidade para a diplomacia.

O próximo passo nas negociações dependerá dessa parceria entre o Irã e a AIEA, segundo ElBaradei. Conhecemos o passado e o presente, mas não o futuro, enfatizou.

Segundo o diretor da AIEA, agora será necessário aproveitar as condições para que os EUA e o Irã se sentem em uma mesa de discussões e aliviem a tensão no Oriente Médio.

ElBaradei diferenciou o programa nuclear do Irã de outros como os desenvolvidos pelo Brasil, voltado principalmente para a área de energia e planejado e executado em plena coordenação com a AIEA.

Não há nenhuma desconfiança do Brasil, ao contrário do que acontece com o Irã, disse.

ElBaradei também foi perguntado sobre as relações entre o Irã e a Venezuela, que incluem a cooperação na área nuclear e foram denunciadas como perigosas por setores políticos de vários países sul-americanos.

Não vemos nada na Venezuela que possa gerar preocupação, afirmou.

O diretor da AIEA iniciou hoje uma visita ao Brasil. Antes da coletiva, ElBaradei se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

Amanhã, o diretor da AIEA visita a fábrica de combustível nuclear das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) em Resende (RJ). Na sexta-feira, no Rio de Janeiro, ele será recebido na Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC) e participará de um seminário no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

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