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Brasil

Motoristas e cobradores de ônibus em SP prometem parar na segunda (6)

O presidente do sindicato dos motoristas e cobradores, afirmou que a liminar da Justiça não impede a realização de assembleias

FolhaPress

01/06/2022 16h38

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Carlos Petrocilo
São Paulo, SP

Ônibus de 13 empresas que operam na capital paulista saíram com atraso das garagens no início da manhã desta quarta-feira (1º). O motivo são assembleias de motoristas e cobradores realizadas nas garagens durante a madrugada. Os trabalhadores estão em campanha salarial.

De acordo com a SPTrans, a operação da frota estava normalizada às 6h. As empresas responsáveis pelas linhas serão autuadas pelas viagens não realizadas no início da manhã.

A SPTrans obteve decisão liminar na Justiça do Trabalho, na noite desta terça (31), que determinou a manutenção de 80% da frota operando nos horários de pico e de 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.

A classe reivindica um reajuste de quase 18%, sendo uma reposição inflacionária de 12,37% e 5% de aumento real, mas se depara com dificuldades.

As empresas recorreram à prefeitura para negociar com o SindMotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo).

“Pela forma como o poder público está negociando, agindo de forma truculenta, com uma proposta de 10% sobre o salário apenas, vamos paralisar na segunda (6)”, diz Valdevan Noventa, presidente do SindMotoristas.

De acordo com Noventa, os profissionais também exigem um aumento no vale-refeição, de R$ 26,50 para R$ 33 por dia, e o pagamento de R$ 2.500 referente à participação nos lucros ou resultados (PLR).

Outros pleitos são o fim da escala com uma hora para refeição sem remuneração e que, no caso em que o funcionário apresentar atestado médico, as empresas mantenham o vale-alimentação sem o abono.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) vem sendo pressionado pelas empresas que operam o transporte público na cidade, o SPUrbanuss, para que a tarifa de ônibus, de R$ 4,40, seja reajustada.

O último aumento para ônibus, metrô e trem de São Paulo ocorreu em janeiro de 2020, subindo de R$ 4,30 para R$ 4,40.

Com a alta do óleo diesel e o impacto da inflação sobre peças e pneus, por exemplo, a SPUrbanuss diz que tem dificuldades para cobrir todos os gastos do serviço, estimado em R$ 8 bilhões.

Para Noventa, os trabalhadores devem ter os seus direitos preservados. “A corda só arrebenta para o lado mais fraco, os afetados são os trabalhadores. Há dois anos que não temos um aumento real”, diz o sindicalista.

“O aumento ao trabalhador é sagrado e deve constar na planilha. A nova categoria foi massacrada na pandemia, trabalhamos todos os dias e nunca fomos valorizados”, desabafa Noventa.

O jornal Folha de S.Paulo mostrou que a gestão Nunes vem adiando o reajuste em ano eleitoral. A situação de São Paulo é ainda mais complicada. No modelo de integração entre ônibus, metrô e trem é quase que impraticável alterar a tarifa de apenas de um modal.

A prefeitura é quem administra a operação dos ônibus, cabe ao governo do estado gerenciar as linhas férreas.

O governador Rodrigo Garcia (PSDB), que tomou posse em abril, tentará reeleição em outubro.

Em nota, a SPTrans disse que acompanha as negociações trabalhistas entre os operadores de ônibus e as empresas concessionárias e “espera que haja entendimento entre as partes e que a população de São Paulo não seja prejudicada”.

O presidente do sindicato dos motoristas e cobradores, Valdevan Noventa, afirmou que a liminar da Justiça não impede a realização de assembleias.

“Isso é uma obrigação do sindicato. Devemos seguir com todos os protocolos da Campanha Salarial”, disse.

Relação de empresas retornando à operação:
Santa Brígida (Zona Norte);
Gato Preto (Zona Norte);
Sambaíba (Zona Norte);
Express (Zona Leste);
Viação Metrópole (Zona Leste);
Via Sudeste (Zona Sudeste);
Campo Belo (Zona Sul);
Gatusa (Zona Sul);
KBPX (Zona Sul);
MobiBrasil (Zona Sul);
Viação Metrópole (Zona Sul);
Transppass (Zona Oeste);
Gato Preto (Zona Oeste).

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