João Paulo de Brito
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O Ministério da Saúde criou a Rede Nacional de Sequenciamento Genético. O programa é responsável por investigar variações do SARS-CoV-2, vírus da Covid-19, que está circulando pelo Brasil. Durante a fase piloto, 1.200 amostras do vírus passarão por um processo de sequenciamento. Essa quantidade corresponde a todos os estados do país.
A investigação será realizada por quatro laboratórios de referência (Instituto Adolfo Lutz/SP, Instituto Evandro Chagas/PA, LACEN Bahia e LACEN Minas Gerais).
O mecanismo de sequenciamento foi debatido, na última quarta-feira (10/2), durante um webinar sobre Vigilância Genômica de SARS-Cov-2, vírus causador da Covid-19. A reunião teve a abertura feita pelo secretário de Vigilância em Saúde (SVS), Arnaldo Medeiros, e contou com a presença de especialistas dos institutos Fiocruz, Evandro Chagas e Adolf Lutz.
O secretário Arnaldo Medeiros explicou que o sistema vai agilizar o processo de investigação das mutações do vírus da Covid-19.
“A vigilância e o acompanhamento dessas mutações nos ajudará na resposta do SUS para o controle da pandemia no País e para entender cada vez mais o comportamento do vírus”, destacou.
No encontro, as pessoas presentes discutiram a respeito do aprimoramento da rede de vigilância e o uso das técnicas de sequenciamento genético como ferramenta para controle da pandemia, além dos dados de vigilância genômica disponíveis no Brasil e no mundo. Também foram tema o impacto das mutações e variantes sobre o diagnóstico, tratamento e diretrizes de enfrentamento à pandemia.
Com o surgimento de novas variantes, é fundamental que o País construa uma rede estruturada para combater novas ameaças. Por isso, somente no ano de 2020, foram investidos mais de R$ 490 milhões para o fortalecimento e inovação da rede laboratorial para enfrentamento da Covid-19, o que inclui a compra de equipamentos, aquisição de insumos e capacitação.
Experiência
A vigilância genômica de vírus respiratórios começou no ano 2000 no Brasil, através dos Centros Nacionais de Influenza (da sigla em inglês, NIC), presentes no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz/RJ), Instituto Adolfo Lutz (IAL/SP) e Instituto Evandro Chagas (IEC/PA). Atentos à pandemia de Covid-19, os NIC começaram a receber amostras para sequenciamento de SARS-CoV-2 já em março de 2020.
Com o objetivo de fortalecer ainda mais a vigilância genômica em território nacional, outros laboratórios públicos e privados também começaram a realizar sequenciamento dentro de suas linhas de pesquisa.
Como funciona o sequenciamento
Por meio de informações como o número de acúmulo de mutações, identificação de cadeias de transmissões locais e monitoramento da taxa de transmissão, cientistas são capazes de monitorar e entender melhor as mutações que ocorrem naturalmente nos vírus.
As informações coletadas através desta técnica servem como subsídio para a construção de orientações técnicas e políticas públicas eficientes de combate a propagação do vírus.
Com informações do Ministério da Saúde