As autoridades do Brasil e de outros 11 países fizeram hoje a maior operação contra a pirataria de informática da história da América Latina, shop desarticulando dezenas de redes de falsificação de programas, informou a Microsoft.
Além do Brasil, as operações aconteceram em Argentina, Chile, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai, após seis meses de investigações, disseram à Agência Efe fontes da empresa.
As quadrilhas desarticuladas distribuíam cópias pirateadas pela internet e falsificavam alguns dos produtos mais populares da Microsoft como os sistemas operacionais Windows Vista e Windows XP, Windows Server e as aplicações Office 2007 e Office 2003.
Foi a primeira ação coordenada de autoridades policiais e judiciais de países latino-americanos contra a pirataria. Na operação foram apreendidas 96.000 cópias dos produtos que correspondem a US$ 10,8 milhões em preços dos programas legalizados.
O diretor de Antipirataria da Microsoft na América Latina, Juan Hardoy, disse à Efe que a operação levou ao desmantelamento “de 70 operações criminosas que se dedicavam à fabricação e à distribuição de produtos ilegais da Microsoft” e incluiu a identificação de várias fábricas piratas.
Hardoy destacou “a importância da cooperação internacional. A pirataria é um problema global que também exige um remédio global”.
“É por isso coordenamos pela primeira vez na América Latina nossos investigadores com as autoridades policiais e judiciais para efetuar as ações de forma quase simultânea”, disse.
A América Latina é uma das regiões do mundo com maior índice de pirataria, segundo um estudo mundial divulgado em maio pela organização Business Software Alliance (BSA) e pela consultoria IDC.
Os dados do relatório indicam que em 2006 a porcentagem de pirataria na América Latina ficou em 66% contra 35% da média no mundo.
Hardoy estimou em US$ 3 bilhões as perdas anuais geradas pela pirataria de software na América Latina. Apesar disso, a região diminuiu em 2% o índice de pirataria entre 2005 e 2006 – a maior queda mundial.
A diretora para Assuntos Legais na América Latina da BSA, Montserrat Durán, disse à EFE que “se a taxa de pirataria na região se reduzisse 10%, seriam gerados 44.000 novos postos de trabalho e os Governos arrecadariam US$ 1,2 bilhão em impostos”.