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Menino fica sem andar e sem enxergar após picada de escorpião no CE

Menino fica sem andar e sem enxergar após picada de escorpião no CE

FolhaPress

20/04/2023 16h37

São Paulo, SP

Raimundo Neto estava na casa da tia quando foi picado. A mãe levou o menino para o hospital em cerca de 30 minutos.

O menino passou por exames e ficou em observação, comendo e se comunicando antes de ser levado às pressas à UTI.

Quase 12 horas após ser internado, o menino teve um edema agudo de pulmão que causou quatro paradas cardiorrespiratórias, segundo a família.

Raimundo passou 33 dias internado na UTI, 11 deles intubado.

O menino, que deu entrada no hospital em 21 de fevereiro, recebeu alta em 15 de abril. Os pais do garoto contam que procuraram especialistas para analisar o quadro das sequelas de Raimundo. Uma neuroftalmologista informou que a cegueira dele é irreversível.

Além do acompanhamento neurológico, a criança precisa tomar medicamentos diários para problemas de coração, o que deve comprometer parte da renda da família.

Os pais do menino se queixam da falta de clareza sobre o que causou as sequelas nele e se questionam sobre a demora para aplicação do soro contra o veneno do escorpião, que só teria sido administrado no dia 22, quando a criança já estava na UTI.

O UOL buscou o Hospital São Vicente de Barbalha, onde o menino foi internado, por e-mail para saber qual o procedimento padrão para casos do tipo e quais medidas foram tomadas com a criança, mas não recebeu retorno sobre o assunto até o momento. O espaço continua aberto para manifestação.

RISCOS DA PICADA DE ESCORPIÃO

Em estudo publicado na revista Nature, pesquisadores da Universidade de São Paulo demonstraram que nos casos severos de escorpionismo ocorre uma reação neuroimune sistêmica com produção de mediadores inflamatórios que levam à liberação de neurotransmissores.

A pesquisa sugere que o bloqueio do processo inflamatório pode ser realizado por meio do medicamento corticoide, o qual deve ser administrado quase que imediatamente após a picada.

A administração quase imediata de corticoide, porém, não anula a necessidade do uso do soro, segundo o estudo.

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