No último domingo (18), a empresa israelense NSO Group foi acusada de fornecer um software de espionagem de celulares para governos “autoritários” de diversos países. Segundo a denuncia de um consórcio de imprensa, cerca de 50 mil telefones de ativistas, jornalistas, políticos e executivos de empresas globais tiveram os números vazados. Dentro do consórcio estão jornais como The Washington Post, The Guardian e Le Monde, que tiveram acesso a lista de telefones.
O sistema Pegasus, criado inicialmente para que governos conseguissem rastrear terroristas e criminosos, foi o responsável pela captação dos dados. Entre os países citados estão os Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Arábia Saúdita. O governo húngaro também é investigado.
Além desses, o grupo Transparência Internacional afirma que, além desses países, o Brasil também poderia estar envolvido. Em postagem no Twitter, o TI afirmou que o ministro da Justiça, Anderson Torres, teria contratado o software e que o vereador Carlos Bolsonaro estaria envolvido.
Até o momento, foram identificados mil números espalhados em 50 países, a maior parte deles sendo da Arábia Saudita, Azerbaijão, Bahrein, Cazaquistão, Estados Unidos, Índia, Hungria, Marrocos, México e Ruanda.
Entre os número identificados está o de um jornalista mexicano assassinado. Segundo as investigações, o profissional era especializado em crime organizado e, após o assassinato, o celular nunca foi encontrado. Além dele, outro jornalista, Jamal Khashoggi, também está na lista. Jamal foi morto em 2018 por assassinos sauditas na Turquia.
Brasil
Ainda de acordo com o Transparência Brasil, diversas organizações denunciaram ao Tribunal de Contas da União (TCU) as irregularidades e riscos de violação de direitos com a contratação do serviço de software de espionagem. Após as denuncias, a empresa NSO se retirou do pregão, mas o processo de contratação não foi suspenso.