Menu
Brasil

Imperatriz Leopoldinense recebe troféu do Carnaval aos gritos de a campeã voltou

Abraços e choros ditam o clima na escola de samba do bairro de Ramos, na zona norte do Rio de Janeiro

FolhaPress

22/02/2023 20h56

Foto: Reprodução

Júlia Barbon
Rio de Janeiro, RJ

Foi com um beijo na testa que um torcedor da Imperatriz Leopoldinense recepcionou a reportagem após o anúncio da campeã do Carnaval carioca. Abraços e choros ditam o clima na escola de samba do bairro de Ramos, na zona norte do Rio de Janeiro.

O Complexo do Alemão, vizinho à quadra, desceu para ver o troféu chegar do Sambódromo da Marquês de Sapucaí na noite desta Quarta-Feira de Cinzas (22), comemorando a quebra de um jejum de 22 anos. A agremiação já havia conquistado outros oito títulos, de 1980 a 2001.

Torcedores se espremiam envolta do portão do galpão para filmar a placa que chegava nas mãos de João Drummond, diretor-executivo e filho da presidente da Imperatriz, Cátia Drummond. “A campeã voltou”, cantou a multidão quando o objeto foi levantado no palco.

“Você é o melhor, queremos você aqui ano que vem”, afirmou ele ao microfone chamando o carnavalesco Leandro Vieira, que disse à reportagem que vai, sim, voltar à escola no Carnaval de 2024.

“Ótimo”, limitou-se a dizer entre um abraço e outro sobre o sentimento de vencer, que ele conhece bem.
Vieira foi o responsável por fazer a escola voltar a desfilar no Grupo Especial após o rebaixamento de 2019. Fez o mesmo com a Império Serrano em 2022 e foi ainda bicampeão do Grupo Especial com a Mangueira em 2016 e 2019.

A verde e branco narrou na avenida a história de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. O carnavalesco usou como fio condutor o sertão e a chegada do bando de cangaceiros, mas o diferencial foi o que ocorreu com o líder após sua morte: nem o céu nem o inferno o queriam

O diretor de harmonia Thiago Santos, 30, era um dos que chorava copiosamente no palco. “Minha geração não tinha ganhado ainda. É uma geração com muito sangue no olho, que vai preparar muitas outras gerações”, explicou, já quase sem voz.

“Neste ano, tive o prazer e a honra de receber esse convite. Fizemos um trabalho transformador, batemos na tecla de que a escola tinha que mudar o jeito de desfilar, que a harmonia não podia ficar de canto. E o resultado tá aí”, afirmou.

Vestindo um boné com as letras CPX -sigla de “complexo” que foi alvo de fake news ao ser usado pelo presidente Lula (PT) na campanha deste ano- Juruatan de Albuquerque, integrante da bateria, celebrava a vitória. “Já são 20 anos na escola”, disse, emocionado, com uma cerveja na mão.

A escola distribui 15 mil latinhas para celebrar o título. “Chegou o nosso dia” e “o sonho virou realidade”, dizia quem se revezava no microfone.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado