Após viver mais de 40 anos em situação análoga à escravidão, uma idosa de 78 anos foi resgatada por auditores fiscais do Ministério Público do Trabalho e Emprego (MPTE), em Fortaleza. De acordo com o nosso parceiro A Notícia do Ceará, a idosa trabalhava como doméstica para uma família em troca de comida e moradia. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (19) pelo Ministério.
A trabalhadora foi resgatada na última segunda (15/05) e relatou aos fiscais que não lembrava de ter recebido salário. Ela realizava tarefas domésticas como cozinhar e lavar roupas para os membros da família. Segundo o MPTE, a idosa trabalhava de domingo a domingo, sem folgas ou férias, não tinha carteira de trabalho assinada e não tinha períodos de descanso do trabalho.
Aos fiscais, os patrões da idosa alegaram que ela não era funcionária, mas era considerada um membro da família. Porém, foi observado na fiscalização que a trabalhadora cozinhava, lavava roupas, limpava a casa para todos, e tinha um tratamento diferente.
Após ser retirada da residência, a senhora foi encaminhada para um abrigo da assistência social, onde tem passado por atendimento multidisciplinar. Os patrões dela receberam autos de infração por cada irregularidade trabalhista apurada, entre elas a falta de pagamento de salários, excesso de jornada e falta de registro.
O pagamento dos salários retroativos de todo o período e o pagamento de verbas rescisórias para a trabalhadora também foi exigido. Durante toda a semana, ações de combate ao trabalho análogo a escravidão na capital cearense, tiveram o apoio do MPTE, da Polícia Federal (PF) e da Secretaria dos Direitos Humanos do Ceará.