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Brasil

Gravação mostra mulher trans espancada em BH pedindo socorro

Polícia apura dívida de R$ 22 e transfobia como motivação

Redação Jornal de Brasília

25/11/2025 17h31

marina

Foto: Reprodução/Redes Sociais

PEDRO VILAS BOAS E MARIANA DURÃES
UOL/FOLHAPRESS

Vídeos de uma câmera de segurança obtidos pelo UOL revelam que Alice Martins Alves, morta após ser espancada em BH no mês passado, gritou por socorro diversas vezes durante a agressão.

Mulher trans grita cinco vezes por socorro, até que é possível ouvir pancadas. As gravações não mostram a agressão.

Depois, uma pessoa parece passar pelo local. “Socorro. Alguém me ajuda. Me ajuda, amigo”, diz Alice, antes de novas pancadas serem ouvidas.

Um dos homens cobra uma dívida: “Vai pagar o ‘trem’? Vai ou não vai? […] Dá o dobro? Paga o bagulho, então, desgraça”.

Em outro momento, um motociclista interrompe a agressão. “Oh, ‘motoca’, […] não envolve (sic) em situação que você não tem nada a ver, não. […] Acaba sobrando para você também”, diz o homem.

Alice Martins Alves morreu no último dia 9 após ficar dias internada depois de ser espancada por um homem em Belo Horizonte. Ela saía de um bar no bairro da Savassi, em 23 de outubro, quando foi abordada por três homens, segundo a família. “Somente um a atacou fisicamente, enquanto os outros ficaram rindo e incentivando a agressão”, disse ao UOL Marina Pereira, irmã da vítima.

Ela foi levada de ambulância para a UPA Centro-Sul, onde receitaram analgésicos e anti-inflamatórios e a liberaram. Três dias depois, ela foi ao Hospital Unimed, onde receitaram mais remédios e indicaram uma cirurgia no nariz. Ela ainda voltaria ao hospital no dia 7 de novembro e ficaria internada até o dia 9, quando morreu.

A mulher trans foi espancada após sair do bar devendo R$ 22, segundo a Polícia Civil. Dois funcionários do estabelecimento são considerados suspeitos. O UOL tenta contato com a Polícia Civil para atualização sobre a situação dos dois, que estavam foragidos.

Agressões ocasionaram complicações que levaram Alice à morte, segundo a polícia. Em entrevista coletiva, a delegada Iara França disse que a mulher pode ter sido agredida com ainda mais intensidade por ser trans —dessa forma, transfobia não é descartada como motivação das agressões.

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