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Brasil

Grandes municípios vivem movimento inédito de perda de população para entorno, revela Censo

No ano passado, cerca de 29,0% da população brasileira vivia nos 41 municípios com mais de 500 mil habitantes, que representam apenas 0,74% do universo de 5.570 municípios existentes do País

Redação Jornal de Brasília

28/06/2023 11h00

Grandes municípios brasileiros estão vivendo um movimento inédito de perda de população para municípios do entorno, ou uma moderação maior no ritmo de crescimento populacional, movimento limitado até então a pequenas cidades. Os dados são do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta quarta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“No contexto de crescimento populacional cada vez mais baixo vivido pelo País, um fato a ser destacado é que o fenômeno da redução da população, antes bastante presente entre os municípios pequenos, passa também a ser cada vez mais observado entre os municípios maiores”, apontou a publicação dos primeiros resultados do Censo 2022.

No ano passado, cerca de 29,0% da população brasileira vivia nos 41 municípios com mais de 500 mil habitantes, que representam apenas 0,74% do universo de 5.570 municípios existentes do País. No entanto, entre os dez municípios mais populosos, cinco perderam população em relação ao Censo de 2010: Rio de Janeiro (-1,7%), Fortaleza (-1,0%), Salvador (-9,6%), Belo Horizonte (-2,5%), Recife (-3,2%).

“Esse é o fato novo dessa divulgação desse Censo sim: os municípios núcleos das concentrações urbanas, especialmente daquelas metropolitanas, perdendo dinâmica, ou crescendo muito pouquinho, ou mesmo diminuindo população. No Brasil isso é um fato novo, apesar de não ser um fato novo em concentrações metropolitanas mundo afora. Mas agora essa é uma novidade desse Censo”, ressaltou o diretor de Geociências do IBGE, Claudio Stenner.

Entre os 319 maiores municípios do Brasil, que superam a marca de 100 mil habitantes, 39 deles apresentaram diminuição populacional entre os Censos de 2010 e 2022, incluindo algumas capitais, “algo inédito dentro dos censos demográficos recentes”, frisou o IBGE.

“A gente não tem evidente no momento a explicação do por quê disso, mas parte é o próprio esgotamento territorial mesmo do município, que já está completamente ocupado em muitos deles. Então essa expansão da população se dá nos municípios vizinhos e não mais, ou muito menos, no município núcleo da concentração urbana”, avaliou Stenner.

Na direção oposta, entre os 20 municípios com mais de 100 mil habitantes que apresentaram maior crescimento populacional, o destaque foi Boa Vista (RR), a única capital de Estado e único município que supera os 300 mil habitantes nesse grupo, “crescimento influenciado pela presença de imigrantes venezuelanos”, justificou o instituto.

Cerca de 44,8% dos municípios brasileiros tinham até 10 mil habitantes, mas reuniam apenas 6,3% da população do País, o equivalente a 12,8 milhões de pessoas vivendo em cidades desse porte.

Já as concentrações urbanas, arranjos populacionais acima de 100 mil habitantes com forte integração da população, abrigavam 124,1 milhões de pessoas em 2022, 61,1% dos habitantes do País.

Estadão Conteúdo

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