Construída para dar mais conforto e segurança a quem trabalha nos barracões, a Cidade do Samba do Rio de Janeiro, que custou R$ 102 milhões, mostrou-se vulnerável a velhos problemas enfrentados pelas escolas. Funcionários que pediram para não ser identificados relataram que falta manutenção à rede de chuveiros automáticos contra incêndios (sprinklers) e que eles não foram acionados automaticamente. Contaram também que o número de brigadistas é insuficiente e é comum ver aderecistas fumando perto das alegorias feitas de espuma, o que é proibido.
Aílton Guimarães Jorge Júnior, administrador da Cidade do Samba, negou que os sprinklers falharam, mas admitiu que a água não foi suficiente para conter o incêndio por causa da grande quantidade de material inflamável. “Mas é o primeiro desastre da Cidade do Samba.” Um funcionário de um barracão que não foi atingido contou que os dispositivos que marcam a pressão da água nos sprinklers estão zerados há dois anos.
Os bombeiros fazem vistorias anuais para identificar riscos nas semanas que antecedem o carnaval, mas neste ano ela ainda não foi feita. “Essa vistoria aconteceria em breve”, garantiu o tenente-coronel Alexandre Rocha.
Uma vistoria preliminar da Defesa Civil determinou que será necessário demolir parte dos quatro galpões atingidos. Obras devem começar nesta semana e espaços alternativos para Grande Rio, Portela e União da Ilha estão sendo arranjados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.