Depois de 33 anos, duas mulheres descobriram na sexta-feira, 26, que viveram todo esse tempo com as famílias erradas no interior de São Paulo. Exames de DNA comprovaram que Denise Correa não era filha de dona Dalila, a mãe com quem vivia desde bebê, e sim de Zelina Barbosa, que só agora conheceu. Já Lucélia, que sempre considerou dona Zelina sua mãe, descobriu que na verdade era filha de Dalila. As duas mulheres nasceram no mesmo dia, 20 de outubro de 1979, no Hospital Santo Antônio, de Juquiá. Os exames demonstram que os bebês foram trocados na maternidade.
O caso, mostrado no programa Domingo Espetacular, da TV Record, veio à tona porque Denise, que mora em Miracatu, no Vale do Ribeira, pretendia que o suposto pai a reconhecesse como filha. O processo exigiu que ela e a mãe fizessem exame de DNA. O resultado foi surpreendente: Denise não podia ser filha da mãe que a criara. Ela decidiu ir a fundo e descobriu no Cartório de Registro Civil que outra menina – Lucélia – nascera no mesmo dia. Ao procurar a família de Lucélia, que mora em Praia Grande, na Baixada Santista, levou um susto. A mulher era a cara de Dalila, sua suposta mãe. Lucélia e seus pais concordaram em fazer o exame de DNA.
As duas famílias encontraram-se no final de semana. Denise e Lucélia pretendem conviver com as duas famílias. Denise, que também conheceu o pai biológico, Jesuino Gomes Barbosa, marido de Zelina, pretende entrar com ação de indenização contra o hospital. A direção do Hospital Santo Antônio informou que os documentos relativos aos nascimentos dos anos 70 e 80 foram destruídos por uma enchente na década de 90 e que não possui elementos para confirmar a suposta troca de bebês.