Nesta quarta-feira (21), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Xaropel II com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa envolvida na falsificação de mel e na adulteração do registro do Sistema de Inspeção Federal (SIF). O mel fraudado tinha como destino os mercados consumidores de Minas Gerais e São Paulo, em um esquema que levantou suspeitas de movimentação de pelo menos R$ 4 milhões ao longo de 2023.
A ação, que contou com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) de Minas Gerais, mobilizou cerca de 80 policiais federais. Eles cumpriram 16 mandados de busca e apreensão no município de Campestre (MG), situado na região sul do estado, por determinação da Subseção Judiciária Federal de Poços de Caldas (MG).
Durante as investigações, os agentes descobriram que o grupo criminoso operava a partir de empresas sediadas em Campestre, onde produziam o mel falsificado em condições de higiene precárias.
Para ludibriar os consumidores, a quadrilha incluía até favos de mel autêntico em algumas embalagens, mas o restante do conteúdo era preenchido com um xarope industrial excessivamente doce e menos suscetível à cristalização.
As apurações revelaram ainda que o açúcar utilizado na fraude era adquirido por aproximadamente R$ 3 o quilo. Após o processo de adulteração e embalagem falsificada, o “mel” era comercializado no varejo por valores que chegavam a R$ 60 o quilo – uma margem de lucro astronômica de 2.000%.