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Brasil

Exame para coronavírus só pode ser feito com pedido médico, mesmo na rede particular; entenda

O exame deve ser indicado por um médico apenas para pacientes com quadro clínico sintomático e presença recente em países com grande número de casos

Redação Jornal de Brasília

16/03/2020 6h23

An analyst at Fiocruz laboratory, a public health research institute, in Rio de Janeiro holds a sample of mucus to be tested for COVID-19, on March 11, 2020. – The World Health Organisation (WHO) declared the Coronavirus a pandemic with 118,000 cases in about 120 countries, and 4000 deaths. (Photo by CARL DE SOUZA / AFP)

Coriza, febre e tosse. Os mesmos sintomas podem ser de uma gripe ou do coronavírus. A orientação dos especialistas é para que as pessoas com esses sintomas fiquem em casa, no chamado isolamento social, e procurem o pronto-socorro no caso de problemas respiratórios. Segundo o Ministério da Saúde e especialistas, o exame para detecção do coronavírus não deve ser feito de forma indiscriminada, ao primeiro sintoma clínico.

O infectologista Jean Gorinchteyn, do Hospital Albert Einstein, afirma que o exame deve ser indicado por um médico apenas para pacientes com quadro clínico sintomático e presença recente em países com grande número de casos – além de “pacientes críticos do ponto de vista pulmonar, com alterações severas”.

O diagnóstico do coronavírus ocorre após a coleta de materiais respiratórios, por meio da aspiração de vias aéreas ou coleta de secreções da boca e do nariz. “Em condições satisfatórias, que correspondem a sintomas leves, sem repercussão clínica maior, esses pacientes nem devem sequer serem testados. Devem permanecer nas suas residências, afastados do ambiente social, de circulação, até uma melhor clínica.”

O infectologista ressalta que, neste momento, é importante não sobrecarregar a rede de saúde em casos de menor necessidade. “A medida que essas pessoas (que têm poucos sintomas) vão a hospitais, elas podem entrar em contato aí sim com um paciente com covid-19”, aponta. “Assim como podem comprometer o número de pessoas para atendimento entre aqueles que precisam de assistência.”

Teste não é tão fácil

Quem quiser fazer o teste por conta própria deve procurar um hospital particular. A unidade irá avaliar o paciente e indicar a necessidade do teste. Os laboratórios de análises clínicas não vêm realizando os testes em suas unidades. O Grupo Fleury, por exemplo, lançou um teste próprio para diagnóstico da covid-19, mas ele só pode ser feito na rede de hospitais conveniada.

A justificativa é evitar a circulação de possíveis infectados nas unidades laboratoriais, menos adequadas ao atendimento de pacientes com suspeita de coronavírus.

O laboratório Delboni, por exemplo, oferece atendimento domiciliar para realização do teste. A diretriz também é evitar a circulação de pacientes com suspeita de contaminação pelas unidades do laboratório. Quem precisar do teste deve entrar em contato por telefone e solicitar uma equipe em casa. O atendimento domiciliar custa R$ 280. Como a inclusão do exame é recente nos planos de saúde, a recomendação do Delboni é consultar a operadora sobre a cobertura do serviço antes de solicitá-lo.

Já o médico responsável pelo pedido pode ser o de confiança do paciente, desde que ateste a necessidade do exame. A restrição à circulação de pessoas suspeitas de contaminação é orientação do Ministério da Saúde.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a inclusão do teste de coronavírus na cobertura de planos de saúde. O exame será coberto por planos com segmentação ambulatorial mediante indicação clínica. A ANS, no enatanto, indica que os conveniados se informem com seus planos de saúde sobre a cobertura antes de se dirigir a um hospital.

Quem não tiver plano de saúde ainda pode pagar diretamente na unidade hospitalar pelo teste. No entanto, a necessidade também vai ser avaliada por um médico. Nos hospitais conveniados à rede Fleury, o exame custa R$ 180.

Restrições

Na rede pública, no entanto, conseguir ser testado pode ser mais complicado. Os hospitais estaduais já deixaram de fazer o teste em pacientes com sintomas brandos da covid-19. Serão testados apenas casos mais graves, com necessidade de internação. O anúncio foi feito na última sexta-feira, 13, pelo coordenador do Centro de Contingência para o coronavírus, David Uip.

A justificativa é o elevado custo aos cofres públicos. Cada teste custa ao governo cerca de R$ 100, e realizar exames em todos os pacientes com a mínima suspeita da infecção sairia caro demais para o Estado.

Veja abaixo algumas dúvidas frequentes sobre o teste do coronavírus:

Posso fazer o exame para detectar o coronavírus?

Quem define a necessidade é o médico. Por isso, se você acha necessário, precisa conversar com ele.

Se eu chegar em um laboratório e pedir para fazer o exame, pagando por ele, vou conseguir?

Não. Você poderá fazer o exame em um hospital, se o médico julgar necessário, ou em casa, se tiver o pedido do médico em mãos.

Quando o exame deve ser feito?

O médico que avalia e pede o exame quando julga necessário. O profissional vai observar se o paciente se enquadra nas diretrizes do Ministério da Saúde para casos suspeitos de infecção pelo coronavírus.

Os planos de saúde cobrem o teste para detecção do novo coronavírus?

Sim, o teste foi incluído pela Agência Nacional de Saúde Suplementar na lista de exames de cobertura obrigatória pelos planos de saúde com cobertura ambulatorial, hospitalar ou referência.

Com o pedido médico em mãos, o que devo fazer?

Caso o exame seja indicado, o paciente deve procurar a operadora do seu plano de saúde para receber indicações sobre onde realizar o teste com a cobertura do plano. Há laboratórios que fazem com pagamento particular, mas a coleta é feita em casa. A recomendação é para que o doente não vá ao laboratório.

Os planos vão cobrir tratamento dos problemas de saúde causados pela covid-19?

Sim, as operadoras são obrigadas a cobrir consultas, internações, terapias e outros exames usados na contenção ao avanço da doença. O paciente deve atentar às coberturas contratadas para receber o serviço devido.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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