Menu
Brasil

Estudantes do Novo Ensino Médio driblam dificuldades da pandemia

O novo modelo de ensino médio se mostra como novas oportunidades de empregos para os jovens

Geovanna Bispo

13/04/2021 0h01

Atualizada 12/04/2021 16h40

Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Sendo o grupo mais afetado pelo desemprego em 2020 segundo dados do IBGE, os jovens entre 18 a 24 anos representam 29,8% da taxa de desocupação. Indo contra esses números, o novo modelo de ensino médio, que coloca em paralelo o ensino regular com o chamado Itinerário de Formação Técnica e Profissional, se mostra como novas oportunidades de empregos para eles. 

Implementado em cinco estados pelo Serviço Social da Indústria (SESI) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o novo modelo, em dezembro de 2020, tinha 198 estudantes matriculados no curso de Eletrotécnica. 

Um deles é Júlio Gomes do Nascimento, de 18 anos, que começou a trabalhar com instalações elétricas e vê um crescimento na procura de profissionais aumentar. Segundo ele, com a pandemia, as pessoas passaram a ficar mais em casa, o que aumentou a procura por manutenção e novas instalações. 

“Aqui é considerado interior. Antes da pandemia, muitas pessoas deixavam casas paradas porque não vinham com frequência e as instalações elétricas ficavam quase obsoletas. Estava uma demanda muito grande para poucos profissionais, aí resolvi chamar o meu tio e começamos os serviços. No começo eram serviços pequenos mesmo, troca de lâmpadas, tomadas, etc. Depois a gente passou a fazer inspeções – fizemos uma no banco do Brasil para reabrir o banco – aí conseguimos até uma obra de um triplex”, conta o jovem.

Enem e o desenvolvimento pessoal

Além do desenvolvimento profissional, o sistema também fez grande diferença nos estudos e no desenvolvimento pessoal dos alunos. Trazendo formação para as quatro áreas do conhecimento -Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas- o modelo coloca os estudantes próximos às cobranças do Enem. 

Ivo Cidrão, de 18 anos, conta que, assim que terminou o ensino médio, foi contratado na Avim, maior distribuidora do Nordeste, na área de manutenção elétrica. “Antes eu era muito travado, não conseguia falar em público, ficava nervoso para apresentar um trabalho. Esse modelo de ensino médio visa que o aluno seja o protagonista, autônomo, pesquisador e leitor. Hoje eu sei fazer uma boa redação, um bom texto, falar em público, não ter mais vergonha de apresentar trabalhos.”

Ivo deseja fazer faculdade de engenharia elétrica e, para isso, conta com as notas do Enem. Segundo ele, foi graças ao programa que suas notas ficaram acima da média em todas as áreas do conhecimento e tirando 960 na redação. 

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado