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Envenenamento em Goiânia: o que a polícia encontrou até agora na investigação? Entenda

A partir da queda de sigilo fiscal de Amanda, a polícia chegou à nota fiscal do produto encontrado tanto nos potes de bolo como nos corpos das duas vítimas

Redação Jornal de Brasília

29/12/2023 16h03

Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Civil de Goiás disse nesta sexta-feira, 29, que encontrou a nota fiscal de compra da substância supostamente usada pela advogada Amanda Partata Mortoza, de 31 anos, para envenenar o ex-sogro e a mãe dele. Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e Luzia Tereza Alves, de 86, morreram em 17 de dezembro em Goiânia logo após consumirem um bolo contendo a substância. A defesa informou que só se manifestará perante a Justiça.

A nota fiscal data de 8 de dezembro, uma semana antes de Amanda ir à casa dos pais do ex-namorado Leonardo Filho tomar café da manhã com a família. O documento foi apresentado em coletiva de imprensa.

Com base em imagens de câmeras de segurança do hotel onde Amanda estava hospedada e do empório onde ela comprou os produtos, o delegado responsável pelo caso, Carlos Alfama, reconstituiu todos os passos de Amanda desde o dia em que ela chegou a Goiânia. As imagens mostram ela recebendo a caixa contendo o produto por volta das 11h20 do dia 16 em uma caixa de papelão.

Após a prisão de Amanda, ocorrida no dia 21, o motorista de aplicativo que levou a encomenda para Amanda de Itumbiara, onde ela mora e que fica a cerca de 200 km da capital, para Goiânia, entrou em contato e afirmou que a caixa era de uma indústria de produtos químicos e farmacêuticos e que a nota fiscal estava anexa. A polícia não vai divulgar o nome da empresa por motivos de segurança, segundo o delegado.

A partir da queda de sigilo fiscal de Amanda, a polícia chegou à nota fiscal do produto encontrado tanto nos potes de bolo como nos corpos das duas vítimas. A polícia também não vai divulgar qual substância foi utilizada.

Polícia apresenta provas de Amanda ameaçava ex-namorado

A polícia apresentou também provas de que era Amanda quem ameaçava o ex-namorado e a família dele usando perfis falsos nas redes sociais, por mensagens e ligações. Essa investigação já estava avançada porque Leonardo Filho já havia denunciado tais ameaças, depois de bloquear mais de cem números de telefone.

Segundo a investigação, Amanda criou dois perfis falsos no Instagram e um número Voip, uma tecnologia que permite a transmissão de voz por IP, registrado no nome de um irmão dela, mas que estaria vinculado ao email da advogada, para fazer as ameaças.

De acordo com a polícia, Amanda “mentiu para a vítima que também estaria sendo stalkeada e ameaçada, sendo que tal situação não procede”.

Além de ameaçar o ex-namorado, Amanda fazia ligações para os contatos de Leonardo Filho como se fosse ele, utilizando a tecnologia Voip para “mascarar o número original”, e também mandou mensagens sobre uma denúncia de assédio sexual que teria sido praticado pelo ex-namorado.

Na coletiva, o delegado Carlos Alfama afirmou ainda que denúncias recebidas pela polícia após a prisão de Amanda estão sendo investigadas. Segundo ele, a advogada vai responder pelo crime de duplo homicídio qualificado e por tentativa de homicídio porque o marido de Luzia Tereza, João Alves, 81 anos, recusou os bolos por ter diabetes.

Em nota, os advogados que atuam na defesa de Amanda, Carlos Macedo e Rodrigo Lustosa, informaram que somente se manifestaram nos autos processuais.

Estadão Conteúdo

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