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Entenda como se defender dos vírus (virtuais); especialistas alertam sobre riscos da internet

O Brasil possui mais de 116 milhões de usuários de internet, segundo uma pesquisa promovida pelo IBGE no ano de 2017

Redação Jornal de Brasília

13/04/2020 16h30

Giovanna Hilário, Julia Webster e Luiz Eduardo Certain
Jornal de Brasília/Agência UniCEUB

Com intensidade das interações on-line, usuários podem sofrer possíveis ataques virtuais se não se precaverem. Mensagens, rede sociais, transações bancárias… Fake news, spywares, malwares ou virus ameaçam o novo cotidiano dos brasileiros, onde o teletrabalho (home office) ainda se prova um desafio nas “novas” jornadas profissionais. São riscos invisíveis, assim como os vírus que atacam o sistema humano. Os virtuais são perigosos para a saúde financeira, por exemplo. Com a evolução da pandemia e a implementação da quarentena, milhares de interações feitas pessoalmente se tornaram exclusivamente virtuais. A cada momento, dados importantes de cada usuário são compartilhados com milhares de redes, saindo de um lugar para chegar em outro específico. Nesse caminho, um agente danoso pode aparecer e roubar as informações privadas.

O Brasil possui mais de 116 milhões de usuários de internet, segundo uma pesquisa promovida pelo IBGE no ano de 2017. Com tanto acesso é preciso se manter alerta para uma utilização saudável na internet, que assim como o mundo offline, possui riscos. Para o professor de engenharia da computação Caio César de Melo e Silva, o maior risco pode ser o uso da internet em redes não seguras. “As empresas tentam resolver isso fazendo com que os funcionários trabalhem nas suas próprias redes corporativas”, explica Caio.

O professor recomenda também uma série de cuidados durante essa quarentena. “Durante esse período, eu considero que os cuidados devem ser os mesmos que nós temos, porém com um pouco mais de reforço com umas coisas mais importantes, como fator de autenticação duplo, garantir que a sua rede de casa tenha uma senha forte, ou seja mais de 10 caracteres, ou caracteres especiais, que seja mais difícil o acesso aos roteadores residenciais”.

Além disso, é recomendado utilizar para transações bancárias a tecnologia 4G que torna mais inacessível a hackers. “Não que seja totalmente seguro, mas como o seu roteador (wifi) pode ser atacado a dificuldade pode ser maior para o 4G”, indica o Professor.

Para o professor Lindojon Bezerra, especialista em direito do consumidor e pós-graduado em ciências criminais, é necessária sempre uma checagem de fatos ao lidar com internet. “Muito cuidado com os posts que aparecem como “Encaminhado”. Nesse caso é recomendável não abrir o link que geralmente vem junto”. Antes de acessar o link, deve entrar em contato com a pessoa que enviou para saber se o remetente sabe a procedência. “Se não souber, exclua de imediato. Pode ser um link malicioso que poderá prejudicar o aparelho celular ou mesmo ter acesso às informações do telefone, como senhas bancárias e contas de email e Whatsapp”, alerta.

Lindojon também chama a atenção para o ato de encaminhar um link, notícia sem saber seu precedente pode ocasionar em consequências civis/penais e por isso recomenda sempre checar a fonte da informação. “Não é recomendável encaminhar um post desconhecido ou sem checagem prévia. Pode conter informação falsa(fake news) ou conteúdo considerado como ilícito. Em todo caso, é bom lembrar que quem encaminha assume a responsabilidade do conteúdo encaminhado”.

Ao passo que a internet pode ser uma ótima aliada para esse período de isolamento social, mas também pode esconder armadilhas graves. “É prudente lembrar de um ditado popular nesse uso da internet: ‘quando a esmola for grande, desconfie sempre’ Não existe facilidade sem um custo, assim também é no mundo virtual.

Mensagens e comoção

Golpes e fraudes proliferaram no ambiente virtual. Na pandemia, muitos vazamentos são gerados, falhas de sistemas, processos não documentados, ataques externos, ações criminosas, que contam com desconhecimento e até ingenuidade dos usuários. Quão seguros são os usuários na Internet e como eles podem impedir um possível roubo de dados?

Para Marcelo Vicente de Paula, chefe na área de tecnologia e informação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os vírus mais comuns são os trojam e os phishing. “Os trojam normalmente são vírus que entram a partir da instalação de um programa e o objetivo principal é escravizar a máquina para ser usada depois como ataques tanto para derrubar outros computadores como invadir e provocar danos”.

Ele explica que os phishing, normalmente, têm a intenção de capturar os dados pessoais que possam ser usados para fraudes. Normalmente, esses “intrusos” aproveitam temas de grande comoção para disparar essas mensagens, tentando fazer as pessoas de maneira emocionada, baixarem a guarda e fornecerem esses dados   

O contexto colabora para maior disseminação dos vírus. Além das pessoas estarem trabalhando em casa, estão interessadas nesse tema. Por isso, há um bombardeio de phishing, prometendo cura e novidades a respeito. Então é sempre bom tomar cuidado quando chega alguma coisa pedindo para você instalar, ou você acessar algum site”.

Dados pessoais

Uma dúvida comum entre  os internautas é tentar saber se os dados pessoais estão sendo utilizados ou não? Segundo o especialista, há alguns sites na internet que informam se o endereço está nas bases de dados dos hakers. “Isso não necessariamente funciona, mas já é um indicativo. Se por acaso tiver, é interessante trocar a senha daquele e mail, normalmente é onde as pessoas capturam aquela senha  e usam depois”. Para Marcelo de Paula, é interessante ter mais de um e-mail que possibilite a recuperação da senha do correio principal. “Agora não adianta você criar uma infinidade de emails, com uma infinidade de senhas diferentes que se não vira um confusão, mas é interessante ter pelo menos dois emails cruzados que você possa recuperar a senha de um no outro”.

Uma vez na internet, ninguém, de acordo com o especialista pode garantir a segurança dos dados. “Então é importante saber disso. Agora, quanto mais conhecido é o site, por exemplo, Google, Facebook, Microsoft, são empresas que são muito grandes que já tem dados de todo mundo mesmo e a gente tem o mínimo de confiança que existe alguma proteção aí, mas não adianta ter a ilusão de que esse dados estão totalmente seguros”.

Propagandas

Entre as dica fundamentais, é importante estar atento a falsos links. “Desconfiar de propaganda, estar atento nesses períodos de comoção. Por exemplo, quando é época de eleições, já apareceu muita tentativa de invasão dizendo que seu título foi bloqueado, que você tem que atualizar seus dados no tribunal. Qualquer atenção em relação a esses tipos de phishing e ter consciência  que todo dado colocado na internet pode ser vazado em algum momento”. Ele explica que, para evitar problemas, todos os tipos de precauções devem ser tomadas. “É necessário adotar essas atitudes e sempre estar ciente dos problemas de segurança e privacidade para preservar a privacidade e manter os dados longe de qualquer risco”.

Outro cuidado que os usuários devem estar atentos referem-se à disseminação de mensagens falsas e desabonadoras sobre alguém. Para denunciar, a ONG Safernet mantém contato com órgãos governamentais para levar denúncias de xenofobia, homofobia, racismo e outros tipos de violência. Saiba mais clicando aqui

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