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Brasil

Engenheiro morto por vizinho ao soltar rojão celebrava melhora da mãe com câncer

Francisco Nicolás Lopes Filho foi morto por um vizinho após ter soltado fogos de artifício para celebrar a melhora do estado de saúde da mãe

Redação Jornal de Brasília

05/01/2023 20h06

O engenheiro de produção Francisco Nicolás Lopes Filho, de 38 anos, foi morto por um vizinho após ter soltado fogos de artifício para celebrar a melhora do estado de saúde da mãe, que tem câncer de mama. O crime, que ocorreu na noite de segunda-feira, 2, chocou a Vila Balnearia, bairro com sítios e chácaras em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

Depois de autuado em flagrante, o aposentado Mário D’Amore Júnior, de 74 anos, teve a prisão preventiva decretada por suspeita do disparo que atingiu o ouvido esquerdo da vítima. Aos policiais, ele negou o crime, mas admitiu a posse de uma “arma de chumbinho”. O armamento, de 4.5mm, cano longo, foi localizado na sala da residência do suspeito. Testemunhas afirmam que Mário reclamou que o barulho dos rojões assustava os cavalos. O caso foi registrado como homicídio no 3º DP de São Bernardo do Campo. O Estadão tentou contato com a defesa, mas não teve retorno.

O crime interrompeu um momento de felicidade da família de Francisco, conhecido como Hipa. Sua mãe, Vilma Oliveira, de 75 anos, teve uma melhora significativa após o tratamento quimioterápico para um câncer no seio, pulmão e rim. Na chácara de 6 mil metros quadrados, Francisco, sua irmã, a professora de Equitação Juliana Nicolás Lopes, e sua sobrinha de 9 anos se reuniram com o amigo Rodrigo Silva, que também tem um familiar com câncer. Depois do jantar, eles iam soltar rojões para celebrar que tinham chegado “todos vivos ao ano novo”, como conta a irmã.

“Minha mãe mal conseguia levantar da cama e saiu da quimioterapia para outros remédios. Foi uma melhora absurda e até saiu da cama. A mãe do meu amigo está com câncer também, mas avançado. A gente só queria brincar com as crianças com o ano vencido”, afirma Juliana, de 36 anos.

De acordo com o relato de Juliana, o vizinho entrou armado pelo portão por volta das 20h. Diante da discussão, ela gravou a ação pelo celular. Nas imagens, é possível ver a aproximação de um homem com uma arma longa. Ele diz que tem animais e que é proibido soltar fogos. As pessoas pedem calma, avisam que vão parar, mas a criança grita e pede socorro. O homem manda todos se deitarem no chão. De acordo com os familiares da vítima, os disparos ocorreram nesse instante. A filmagem é interrompida. “Ele reclamou que os cavalos dele estavam assustados. Ele mirou em mim, mirou na minha filha de 9 anos. Depois mandou todo mundo deitar, partiu para cima do meu irmão e atirou na cabeça dele”, contou.

Todo o episódio dura cerca de 40 segundos. Após atirar no engenheiro, o suspeito voltou para casa, onde foi preso pelos policiais do 3º DP de São Bernardo do Campo. Francisco foi socorrido pela família para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Riacho Grande, no mesmo município, mas faleceu.

Estadão Conteúdo

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